Review | Meus 15 Anos

Larissa Manoela é a grande estrela do momento. Revelada ainda pequena no filme O Palhaço, de Selton Mello, se tornou um fenômeno e uma das figuras mais influentes do público infantil e pré-adolescente, que adoram devorar qualquer produto lançado pela estrela. Tem milhões de seguidores na internet, estrelou novelas no SBT e seu primeiro livro, O Diário de Larissa Manoela, foi o quarto mais vendido no Brasil em 2016. Além de atuar e escrever, a jovem também é cantora e recentemente gravou seu primeiro DVD. O enorme sucesso apresenta seus prós e contras e Larissa já é um dos alvos favoritos em sites de fofoca. Sucesso em diversas mídias, o cinema agora é onde deseja brilhar.

Meus 15 Anos é dirigido por Caroline Fioratti e baseado no romance homônimo de Luiza Trigo. Cada linha da história parece ser feita sob medida para a estrela. No longa-metragem, Larissa interpreta Bia, uma adolescente deslocada na sua escola que ganha uma festa de 15 anos no sorteio de uma promoção do shopping. Mesmo não querendo participar da festa, ela acaba sendo convencida pelo pai (Rafael Infante), mas como tem poucos amigos, acaba entrando em conflito sobre quem convidar, despertando a inveja e o interesse de algumas pessoas.

O longa é dividido em três partes: a primeira apresenta os personagens, a segunda é a preparação da festa e impacto dela na vida da protagonista, e na terceira temos a festa em si. A diretora demonstra grande delicadeza no trato com os adolescentes e consegue assim resultados verdadeiros.

A produção é voltada totalmente para o público infantojuvenil, por isso, os clichês são inevitáveis. A protagonista, por exemplo, é a típica garota estranha que passa por uma transformação. Sim já vimos esse filme antes. Entre os colegas temos a vilã, a blogueira, o amigo nerd e o crush. O público acaba se identificando com esses perfis, pois todas essas figuras realmente existem no seu dia a dia.

O roteiro bastante coeso se aproveita dos personagens comuns para apresentar conflitos escolares bem realistas, que jogam a protagonista em um ambiente cheio de interesses, inveja e amizades oportunistas, que fica bem longe dos contos de fadas.

Felizmente, Meus 15 Anos está um nível bem acima de todos os filmes caça-níqueis que exploram o auge de suas estrelas. Consegue dialogar muito bem com seu público e acaba deixando lições reais do universo em que estão inseridos. Trata-se sim de um típico filme adolescente, mas é aquele longa que remete ao realismo, aos momentos que muitas meninas brasileiras enfrentam no colégio.

Outro aspecto positivo é a mensagem que o filme transmite, quando foge um pouquinho do previsível, mostrando que nenhuma garota precisa realmente de um príncipe para ser feliz, ser igual às outras ou ser a mais popular. Para um filme adolescente – e principalmente para as meninas – essa é uma boa lição, em um momento que é importante mostrar a elas que todas podem ser livres e poderosas.

Mas o filme não seria o mesmo sem a presença de Larissa. No papel de protagonista, a atriz se mostra talentosa e carismática, vendendo bem essa imagem de garota tímida e humilde. Entende-se o motivo dela ser um fenômeno entre as crianças e adolescentes. Interpretando Bia, a atriz está confortável nas cenas dramáticas, fato que comprova que Larissa ainda vai crescer muito como atriz.

Como coadjuvantes, o longa conta com o bem-humorado Rafael Infante, destaca os jovens Bruno Peixoto e Daniel Botelho e apresenta a hilária e exagerada dupla formada por Victor Meyniel e Priscila Marinho, que apesar de gerarem muitos risos com a caricatura, acabam destoando do tom do filme. Sobra ainda a gratuita – mas conveniente – participação da popstar Anitta.

Meus 15 Anos pode ser considerado uma grata surpresa, ao abordar o tema da adolescência de forma interessante e divertida. Não esconde que o objetivo é mesmo focar no público adolescente e consegue justamente isso: entregar um produto honesto e competente, mesmo sem apresentar grandes inovações.

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Joel Junior http://www.nerdinterior.com.br

Professor, divide o tempo que tem entre o aprendizado das crianças com sua paixão pelo cinema, sua obsessão por séries, sua coleção de livros e fixação por música. Mistura toda a cultura pop e ainda acha tempo para escrever e se divertir.

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