Review | Minit

O que você é capaz de fazer em 60 segundos?

Esse é o maior desafio para os que se aventuram em Minit, jogo produzido pelo estúdio Vlambeer e publicado pela Devolver Digital, lançado no dia 3 de abril de 2018. Uma pequena aventura peculiar a ser jogada 60 segundos de cada vez, viajando fora do conforto de sua casa para ajudar pessoas incomuns e descobrir inúmeros segredos e superar inimigos perigosos.

Confesso que antes de iniciar o jogo, pensei bem se não tinha nada melhor para fazer, como lavar a louça do café, mas depois que eu comecei a jogar, os gráficos 8 bits, em preto e branco, me trouxeram aos velhos e bons tempos de Game Boy, uma movimentação fluída e uma jogabilidade muito boa.

Puzzles muito inteligentes, fazendo você dar realmente valor a cada segundo, com referências a The Legend of Zelda: A Link to the Past e Goffy Troop ambos do Super Nintendo, esse é aquele jogo que os amantes do gênero, assim como eu, devem conhecer.

A maldição das espadas

Uma fábrica de espadas amaldiçoada precisa ser contida. Para trazer paz a cidade, você sempre terá 60 segundos de vida e quando o tempo se esgota, você retorna a sua casa. Não se preocupe, a cada solução de puzzle, terá um checkpoint, então, se você precisar pegar um tronco de árvore para um NPC arrumar seu barco, assim que você encontrar o item, o tempo pode se esgotar, mas assim que você renascer, ele estará no seu inventário.

A história é envolvente. O jogo não tem introdução e você irá acordar na sua casa, aonde vive com um cachorro e a descoberta acontece a partir do momento que pegar a espada. Os NPCs se comunicam por balões de texto, as vozes são um tipo de barulho simbolizando que ali exista um idioma nativo, e através desses balões você coletará informações sobre a lore do jogo e quests, estas em sua maioria em forma de charada.

Uma das sidequests mais divertidas que eu achei foi a de um hotel. Logo que você chega, o gerente reclama que não tem mais hóspedes e lhe pede para localizar um a um. E a cada um que você vai achando, o gerente troca a dica te dando um norte de onde procurar o próximo. E não espere uma dica simples e direta. Os produtores desse jogo levaram a sério fazer um jogo a moda antiga.

Uma finidade de armas e itens

De início você irá encontrar sua espada, mas só será possível carregar um item por vez, sendo necessário trocar, caso necessite, por exemplo, por um balde com água (que nunca esvazia…rs), como também, por um curioso pedaço de osso.

É possível comprar alguns itens no jogo, para isso, você terá de acumular moedas que estão perdidas ou escondidas em baús, e algumas, serão coletadas como forma de recompensa por completar quests. O equipamento que mais me ajudou no jogo foi o sapato que ajuda a andar mais rápido, o que é algo compreensível, quando estamos falando em 60 segundos de vida.

Você começa o jogo com três corações. Apesar de aparentar pouco, o maior desafio do jogo é conseguir se adequar aos 60 segundos. Ele não é um jogo difícil, mas com certeza ele irá requisitar mais de seu raciocínio lógico do que de sua habilidade física, mas não se preocupe, os corações podem ser ampliados, já que existem corações escondidos em baús ou a venda no mesmo local que é possível comprar os sapatos.

Paciência é a chave do sucesso!

Foram necessárias cerca de 250 mortes (jogadas) para eu finalizar o jogo, e confesso que morrer, pode ser considerado o caminho mais rápido. Assim que finalizar o jogo, irá saber quanto tempo demorou e quantas mortes ocorreram, e também, o percentual de conclusão das quests e itens colecionáveis. A dica inicial é deixar de enxergar como mortes e sim jogadas, pois o propósito é fazer o máximo de coisas em menos tempo possível.

A quest que mais deixou isso claro foi uma em que há uma pessoa que está no deserto. A princípio uma placa de sinalização avisa que tem alguém no deserto precisando de ajuda e bastou apenas uma jogada para o encontrar e entender que ele estava com sede. Ao renascer, peguei o regador e levei até ele e joguei água salvando-o e ele me pediu para ir até o farol e com isso finalizando outra rodada. Indo até o farol, ele me pediu para localizar um item. Depois de renascer em minha casa, fui em busca do item. Finalmente, levei a ele o item solicitado, ele me agradeceu e pediu para voltar mais tarde… =X. É uma das missões principais de Minit e um dos exemplos de que morrer faz parte do jogo.

Se você não gosta de morrer em joguinhos, melhor você repensar no assunto antes, mesmo que, reforçando, o morrer não significa exatamente morrer nas maioria das vezes.

As aparências enganam

Não podemos dizer que o jogo é bonito. Na era dos gráficos imensuravelmente reais, um jogo de 8 bits chega a assustar, mas comparando a um jogo da década de 90, sim, ele faz muito juz aquilo que se propõe. Seu ponto forte é indiscutivelmente sua diversão. Com certeza irá te grudar na frente da TV e aquele sentimento “como eu não pensei nisso antes” soará em sua mente sempre que descobrir ou terminar as missões.

Com uma dificuldade média, Minit está disponível para Playstation 4, Xbox One e PC.

 

[wp-review id=”8340″]

Este review foi produzido com uma cópia do jogo cedida pela assessoria de imprensa da Devolver Digital no Brasil.

Vitor Santos

Contador de tudo, menos de piadas. Ex-professor de violão e dança de salão, hoje samba para conseguir jogar nas horas vagas. Filho da era 8 bits, depois de percorrer todas as gerações até enraizar-se no Xbox One.

Leia também...

Mais deste Autor!

+ Ainda não há comentários

Add yours