Samara surgiu em 1998 no filme Ringu, longa japonês dirigido por Hideo Nakata. A história então foi adaptada pelos americanos em 2002 e ganhou até uma sequência – O Chamado 2 – em 2005, dirigida pelo próprio Hideo Nakata que se aventurava pela primeira vez em Hollywood – deste então nunca mais voltou. Fácil adivinhar o porquê.
Agora, depois de mais de 10 anos com a garota do poço desaparecida e praticamente esquecida, resolvem trazer sua história de volta em O Chamado 3 dirigido pelo diretor espanhol F. Javier Gutiérrez, que também faz sua estreia em Hollywood justamente na franquia. Será que a “maldição” irá se repetir? Se depender do resultado desse filme, sim.
O longa tenta se desvencilhar daquela velha história de VHS e dá uma atualizada no modus-operandi de Samara e das pessoas que a assistem. Dessa vez, existe uma espécie de culto pagão de adolescentes que assistem ao vídeo amaldiçoado – propagado por cópias virtuais – apenas para brincar com a morte e tentar conseguir seguidores para que a maldição vá sendo repassada.
Acompanhamos um casal, Julia (Matilda Lutz) e seu namorado Holt (Alex Roe), ele vai para a faculdade e, após desaparecer misteriosamente, Julia vai atrás para descobrir o que aconteceu. Depois de descobrir que Holt assistiu ao vídeo, Julia também assiste e faz sua cópia. Inexplicavelmente algo aparece na cópia do vídeo de Julia e então ela decide ir atrás do passado de Samara, nem tente entender o motivo disso, você só vai saber no final da pior maneira possível.
Utilizando de alguns elementos dos filmes anteriores para situar os espectadores, F. Javier Gutiérrez tenta inovar trazendo uma ligação entre a protagonista e Samara, porém a explicação é extremamente forçada e muito pouco convincente. O final segue o padrão dos filmes de terror, e deixa uma ponta solta para futuras sequências.
O grande erro do filme é tentar se explicar demais e colocar tantos elementos em torno do mistério de Samara, sendo que muitos deles são abandonados na metade do filme e outros sequer são explicados.
Cinematograficamente falando o filme é muito mal escrito. Por se tratar de terror, o mínimo que se espera são boas cenas de tensão e boas cenas de susto, o que não existe. Diversas vezes nos pegamos rindo das situações e das atitudes dos personagens. Existem cenas desconexas, como a de abertura, e personagens inúteis que aparecem apenas por certa curiosidade, mas que não agregam nada à história.
Claramente dá pra ver que o filme é resultado de um trabalho que passou por diversas mãos e a batata quente acabou caindo no colo de F. Javier Gutiérrez. Não dá pra tirar a coragem do diretor em concluir tamanha bobagem, porém também não dá pra esperar muito de seu futuro em Hollywood.
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