Bem antes da invasão de super-heróis, o cinema já foi lugar de grandes figuras da literatura mundial. Personagens populares como Robin Hood, Tarzan, Sherlock Holmes e Rei Arthur sempre marcaram com suas mitologias a história do cinema e até hoje dividem espaço com franquias bilionárias. Porém, abordar esses personagens nos dias de hoje exige que uma série de concessões sejam feitas, tudo com a intenção de agradar a plateia jovem que costuma lotar as salas de cinema.
Exemplos de produções recentes abordando tais personagens não faltam. Sherlock Holmes (2009), A Lenda de Tarzan (2016), Rei Arthur: A Lenda da Espada (2017) e Robin Hood – A Origem (2018) invadiram as telas nos últimos anos. Entre sucessos e fracassos, esses personagens continuam presentes perpetuando seus legados.
Agora mais uma produção estreia abordando a mitologia do Rei Arthur, mas ao contrário de outros filmes já vistos sobre a lenda, O Menino que Queria Ser Rei tem como característica agradar apenas o público juvenil, órfão de aventuras desde que sagas como Harry Potter chegaram ao fim.
Na nova trama, o pequeno Alex (Louis Ashbourne Serkis, filho do ator e diretor Andy Serkis) sofre com o abandono do pai, e é perseguido por valentões ao tentar defender o amigo Bedders (Dean Chaumoo). Fugindo da dupla Lance (Tom Taylor) e Kaye (Rhianna Dorris), o menino vai parar numa área de construção onde se depara com uma espada presa a uma pedra. Não demora para que ele perceba que essa espada se trata da lendária Excalibur.
Lenda
Tendo indícios cada vez mais fortes que a lenda é real, Alex começa uma amizade com o esquisito Merlin (Angus Imrie), e reúne seus Cavaleiros da Távola Redonda para combater a bruxa Morgana (Rebecca Ferguson), que deseja fazer com que o mal ressurja.
A sinopse já entrega que O Menino que Queria Ser Rei não apresentará nenhuma novidade, e que cada cena e acontecimento da história estará voltada para uma plateia jovem, em busca de entretenimento e do politicamente correto. Mesmo com a interessante premissa de trazer uma história mitológica para os dias de hoje, a trama empaca e não consegue tirar proveito da situação.
A nova fantasia juvenil tenta cativar a plateia, mas acaba esbarrando na falta de criatividade e carisma, promovendo uma sucessão de cenas que precisariam de uma melhor engenharia e de efeitos visuais competentes. Lá pelo final as coisas melhoram, mas já é tarde demais. Por diversos momentos, o filme não atinge a grandiosidade necessária para a exibição na tela grande. Se fosse feito para a TV, talvez não incomodasse tanto.
O Menino que Queria Ser Rei até apresenta uma premissa interessante, mas acaba sendo uma experiência leve e passageira, que não ofende ninguém, que discute um ou outro valor moral, mas que só deve agradar as crianças por um curto tempo.
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