Cada vez mais, as produções da Netflix vão ganhando seu espaço graças ao que se propõem a discutir. Se este ano Okja já trouxe, em tom de denúncia, o abuso da indústria da carne, agora é a vez de Onde Está Segunda? tratar de outro tema que pode se tornar bastante comum em debates nas próximas décadas: a superpopulação.
Num futuro próximo, uma Agência liderada pela apagada Glenn Close (Ligações Perigosas) decide que as famílias não podem ter mais de um filho devido à falta de alimentos e a superpopulação terrestre. Neste cenário, um avô (Willem Dafoe, de Meu Amigo Hindu) cria as sete netas de maneira clandestina até que, já adultas, uma delas desaparece. Começa então uma busca pela irmã desaparecida.
Noomi Rapace, multifacetada, desenvolve muito bem as sete irmãs em personalidades completamente distintas. Mesmo que nem todas tenham grande destaque na história, sabemos da importância de cada uma delas. A desenvoltura da atriz é percebida tanto em gestos quanto em sua voz, e o roteiro consegue dar a atenção que cada irmã precisa para que não se tornem apenas um número.
Onde Está Segunda? tem um ritmo frenético, as cenas de ação são boas e surpreendem, enquanto a trilha sonora também se faz presente, dando um bom ritmo à trama. Seu grande problema é a conclusão piegas e as decisões coniventes de alguns personagens, mesmo vindas de um roteiro que se mostrara tão surpreendente anteriormente.
Ao final, fica a sensação de que faltou algo para que o filme pudesse se tornar inesquecível, já que levanta um importante debate em seu início, mas acaba tratando o assunto de forma rasa. De qualquer forma, o diretor Tommy Wirkola (do subestimado João e Maria: Caçadores de Bruxas) entrega uma ficção científica bem executada até certo ponto e que irá agradar àqueles que buscam um bom passatempo.
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