Nome constante em Hollywood, Jennifer Lawrence é uma das estrelas mais meteóricas que o cinema já viu nascer. Aos 27 anos, é uma das atrizes mais espontâneas e divertidas, coleciona prêmios, gafes, é ícone fashion, e consegue manter uma filmografia bem eclética, alternando entre franquias milionárias como Jogos Vorazes e X-Men, com filmes menores como O Lado Bom da Vida e Mãe!. Seja no drama, na ação ou no suspense, Jennifer consegue se sair bem em qualquer empreitada.
Velhos conhecidos, após trabalharem nos três últimos filmes da saga Jogos Vorazes, Jennifer Lawrence e o diretor Francis Lawrence retomam a parceria com Operação Red Sparrow. Mas diferente de toda a ação da saga distópica baseado nos best-sellers devorados por adolescentes, o novo longa da dupla apresenta uma proposta bem mais adulta e séria.
Jennifer vive Dominika Egorova, bailarina principal do Bolshoi que machuca a perna em uma apresentação e acaba impedida de continuar na carreira. Sobrinha de um importante membro do governo russo, ela é convencida a integrar o programa Sparrow, em que treina para ser uma espiã sem medo de usar sua sexualidade para obter o que quer. Após pouco tempo no programa, ela acaba ganhando sua primeira missão: tentar descobrir o agente infiltrado no governo russo que está passando informações para o agente da CIA Nathaniel Nash (Joel Edgerton).
Com a divulgação pesada em cima das cenas sensuais envolvendo Jennifer, Operação Red Sparrow começa muito bem nas cenas em que a atriz se apresenta como bailarina. Logo depois, o filme muda de tom numa sequência violenta e explícita que acaba definindo o tom de todo o filme. A trama parece bem promissora no início, mas o roteiro começa a cansar rapidamente. Um dos principais motivos é que tudo é apresentado de forma fria e sem alma. O tempo todo fica a sensação de que algo está faltando em cena. Falta personalidade e identidade para a produção. Há bastante violência – os níveis de tortura são fortíssimos – existe a nudez anunciada – e bem explorada de Jennifer – mas são elementos que acabam funcionando sozinhos e não salvam a história, que se prolonga por demais e acaba entediando.
Típico do gênero, as reviravoltas do roteiro são muitas, algumas convencem, outras parecem forçadas demais e até previsíveis. Por ser protagonizado por uma mulher, muitos podem esperar uma semelhança com Atômica, longa lançado ano passado com Charlize Theron. Mas as semelhanças não existem. Enquanto Atômica elevava o nível da ação, colocando Charlize em elaboradas cenas de luta, em Operação Red Sparrow, Jennifer não tem quase nenhuma cena empolgante. Apesar de ter muito mais nudez e sexo, consegue ser menos sexy que sua “concorrente”.
Mas se o filme tem problemas, o mesmo não se pode dizer de JLaw. Mesmo se esforçando bastante para deixar a personagem agradável aos olhos do público, a atriz (além de linda) tem carisma e é uma figura que consegue prender a atenção – mesmo com o sotaque russo forçado. A atriz se despe completamente, fugindo de sua zona de conforto, criando uma personagem diferente do que está acostumada, e se entregando totalmente. Se fosse mais bem trabalhado, a dinâmica entre os personagens de Jennifer e Joel também seria um bom chamariz para o filme. O elenco coadjuvante conta com bons nomes, como Matthias Schoenaerts, Charlotte Rampling, Mary-Louise Parker e Jeremy Irons, mas faltam características para que realmente algum deles se destaque.
Operação Red Sparrow é um filme com boas intenções, mas que falha em boa parte de suas tentativas. Tenta despertar a curiosidade do público, mas acaba apenas cansando. No final, só vale mesmo pela presença de sua estrela.
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