Passada uma semana da estreia, Stranger Things continua solidamente em primeiro lugar no ranking da Netflix. Por outro lado, o hype durou apenas uns três dias, fruto dos nossos tempos ‘novidadeiros’, que parece exigir coisas novas a cada 24 horas.
A série dos irmãos Duffer foi a primeira produção própria da plataforma de streaming a viralizar e se tornar uma marca importante, e cada temporada parece ter marcado um momento crucial da trajetória da empresa.
O atual, infelizmente, não é dos melhores, com as ações despencando e o público migrando para outros fornecedores, como Disney+ e HBO Max, que por sua vez também não se encontram em um momento econômico muito melhor.
O importante, no entanto, é que esta primeira parte da derradeira temporada de Stranger Things é uma das melhores, comparável à primeira. Os oito minutos iniciais, divulgados antes até da estreia, dão o tom dos episódios seguintes e terá seus segredos desvendados no espetacular final desta fornada (isso é spoiler?).
Logo depois desse flashback desconcertante, encontramos a turma separada por meio país. Os Byers – Joyce (Winona Ryder, no papel que a resgatou do limbo dos anos 80), Jonathan (Charlie Heaton) e Will (Noah Schnapp) – mais Eleven (Millie Bob Brown), enfrentando bullying sem seu poderes, na Califórnia.
Dustin (Gaten Matarazzo, o melhor de todos), Steve (Joe Keery), Robin (Maya Hawke), Max (Sadie Sink), Lucas (Caleb MacLaughlin) e os irmãos Mike (Finn Wolfhard) e Nancy (Natalie Dyer) continuam em Hawkins, que está prestes a viver uma nova era de terror.
O xerife Hopper (David Harbour) sobreviveu à explosão do portal na temporada anterior apenas para ser feito prisioneiro dos soviéticos num gulag na Sibéria. Lá, combina com um dos guardas, Antonov (Tom Wlaschiha, o Jaqen H’ghar de Game of Thrones, que é, realmente, um “ator sem rosto”), em troca de 40 mil dólares que serão levados por Joyce e o jornalista paranoico Murray (Brett Gelman).
Ainda contamos com o retorno dos doutores Owen (Paul Reiser) e Brenner (Mathew Modine), que vão agir contra outro setor governamental para recuperar os poderes de Eleven (alguém achou que ela ia virar uma garota normal?). Novos personagens surgem, os bullers Angela (Elodie Grace Orkin) e Jason (Mason Dye), e o freak Eddie (Joseph Quinn), o líder do Hellfire Club, um clube de RPG.
A ameaça agora é o demônio dimensional Vecna, que mata adolescentes que sofreram traumas invadindo seus sonhos. A referência a A Hora do Pesadelo é tão óbvia que temos até a participação especial de Robert Englund em pessoa!
A ação é dividida entre a turma que ficou em Hawkins e que investiga por onde e porque Vecna invadiu este mundo; a galera da Califórnia, com o acréscimo de Mike, que foi visitar Eleven só para vê-la sendo levada pelos cientistas; e as tentativas de Hopper de escapar da prisão soviética.
Talvez para evitar o que aconteceu em Game of Thrones, os showrunners resolveram fazer episódios longos para desenvolver melhor a trama e os personagens, o que é bom e ruim (cada um parece um longa-metragem). Mas os grandes momentos superam de longe as “barrigas” da história, num clímax emocionante de “explodir cabeças”.
Agora é aguardar julho, quando virão os dois episódios finais – cada um, praticamente um Batman – da temporada e desta série fundamental para a cultura pop.
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