Assim que coloquei as mãos no controle para jogar The Town of Light fiquei temeroso que fosse um jogo de terror (sim, sou cagão). Mas, para meu alívio, a proposta apresentada pela LKA em seu primeiro título não era me assustar, mas sim me perturbar com os horrores que os atos humanos podem proporcionar.
No papel de Renee, a protagonista da história, o jogador é levado para conhecer um dos mais tristes e vergonhosos capítulos da história italiana, quando no início do século XX, um crescimento desenfreado de hospitais psiquiátricos aconteceu no país. Estes locais mais serviam como uma prisão para o que era considerado anormal na sociedade, como homossexuais, por exemplo, e ficaram conhecidos pelos métodos pouco ortodoxos e violentos com que “tratavam” seus pacientes.
Renee, que já foi internada em um destes manicômios, retorna ao local de seu sofrimento para tentar resgatar o que de fato aconteceu com ela enquanto estava internada e os motivos da sua internação e logo que você começa esta jornada de descobrimento já percebe que o maior mérito da LKA foi a extensa pesquisa histórica realizada para retratar o local e os horrores que ocorreram ali. São inúmeros documentos, fichas médicas e diários que engatilham lembranças da personagem sobre os episódios vividos no hospital. A fidelidade com que o local é recriado fica evidente quando você finaliza o jogo e tem acesso a um vídeo real do hospício.
The Town of Light é um jogo baseado exclusivamente em exploração e não existem outras mecânicas mais complexas durante o jogo, além de algumas decisões narrativas que guiam a história. Por estas características, as chances do jogador cair em monotonia são grandes e, infelizmente, elas acontecem. Apesar de apostar na exploração, The Town of Light te leva pela mão constantemente e propões pouco pensamento ao jogador. Além disso, outro ponto que vai contra a exploração são as formas como os cenários foram construídos. Você vai se deparar com muitas paredes invisíveis sem sentido e locais que te impedem de avançar sem nenhum motivo aparente.
Amarrado à história, as escolhas de narrativas, apesar de interessantes, não produzem resultado algum no desenrolar da história e todas culminam para um mesmo desfecho. Mesmo assim, o peso e mensagem da história está ali e a falta de linhas narrativas não prejudica o seu desenrolar.
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The Town of Light está disponível para PC, PS4 e Xbox One. Este review foi produzido com uma cópia gentilmente cedida pela Wired Production.
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