Review | The White Lotus 3ª Temporada

Mesmo sendo considerada a mais fraca das três, a terceira temporada de The White Lotus que se encerrou no domingo, dia 6, causou enorme repercussão nas mídias sociais.

A história passada na Tailândia também deve impulsionar a carreira de pelo menos dois novatos, Patrick Shwarzenegger, filho de Arnold (alguém já ouvido falar nele?); e a inglesinha dentuça Aimee Lou Wood, de Sex Education.

A temporada tem três núcleos principais entre os hóspedes e dois no proletariado.

A família Ratliff, cujo pai, Timothy (Jason Isaacs, o eterno Lucius Malfoy de Harry Potter), descobre já no resort que foi alvo de uma investigação por lavagem de dinheiro e teve toda sua fortuna e bens confiscados, sem que sua esposa Victoria (Parker Posey, ex-rainha dos filmes independentes), e seus filhos Saxon (Patrick Schwarzenegger), Piper (Sarah Catherine Hook, da série Segundas Intenções, e Lochlan (Sam Nivola, de Maestro) desconfiem de nada, enquanto ele surta em silêncio.

As amigas Laurie (Carrie Coon, de The Leftovers e A Idade Dourada), Kate (Leslie Bibb, de Ricky Bobby: À Toda Velocidade) e a estrela de TV Jacklyn (Michelle Monaghan, a esposa de Ethan Hunt na franquia Missão: Impossível) se reúnem para um reencontro depois de anos no resort de luxo, enquanto encaram os problemas do envelhecimento.

O casal Rick (Walton Goggins, que ficou famoso em Justified e Fallout) e a muito mais jovem Chelsea (Aimee Lou Wood) também estão no resort, com ela achando que estão ali para aprofundar a relação enquanto ele oculta intenções sombrias.

A terapeuta Beiinda (Natasha Rothwell, de Insecure), personagem que apareceu na primeira temporada, faz um intercâmbio entre os The Whiye Lotus do Havaí e da Tailândia, e dá de cara com Greg (John Gries, de MIB: Homens de Preto), o marido de Tânia (Jennifer Coolidge, que fez a maior falta nesta temporada), e descobre que sua ex quase futura sócia foi assassinada (na segunda temporada) e que ele é o maior suspeito.

Finalmente, o porteiro boa praça Gaitok (Tayne Thapthimthong, que na verdade é inglês), se vê num dilema entre ser mais agressivo na segurança ou ficar empacado na carreira, ao mesmo tempo em que corteja a bela Mook (a estrela do KPop Lalisa Manobal, que é uma das duas tailandesas de fato do elenco, além de Patravadi Mejudhon, que faz a dona do hotel, Sritala).

Luxuriante

Num cenário luxuriante em um hotel em que a diária pode chegar a 140 mil dólares, evidentemente o dinheiro tem um papel preponderante. Ao mesmo tempo, a filosofia budista permeia a sociedade tailandesa e pauta as atividades de bem-estar do hotel. No fim das contas, veremos o que prevalece. Alguma dúvida?

O grande mistério desta temporada não é o destino dos personagens – de resto, muito previsível – nem alguma subtrama oculta, mas sim a audiência atingida e a discussão que gerou, mesmo que, repito, tenha sido considerada lenta e sem acontecimentos marcantes, a não ser no último episódio.

Acho que, de certa forma, a ausência da Tania de Jennifer Coolidge fez com que a atenção se dividisse nos demais personagens, que nas temporadas 1 e 2 eram de certa forma ofuscados pela perua alucinada e maravilhosa, papel que fez todos esqueceram que ela popularizou o acrônimo MILF em American Pie.

Mesmo o tolo Saxon fez uma jornada de crescimento durante a estadia no resort, que talvez o torne mais preparado para o que o futuro incerto lhe reserva. A irmã Piper descobre que não é tão desapegada como pensava e o virjão Lochlan acaba saindo de sua letargia maria-vai-com-as-outras após sua experiência radical.

As três amigas acabam ultrapassando ressentimentos passados e presentes, mas o desfecho do núcleo delas só é satisfatório porque ficou a cargo da melhor atriz entre elas, Carrie Coon.

Os demais personagens têm fechamentos mais ou menos previsíveis, menos o entrelaçamento de dois deles, de forma inesperada.

Mesmo Belinda fecha um círculo ao se ver subitamente rica e repetindo a mesma fala de Tania quando esta desmancha seu sonho com um discurso condescendente e egoísta.

O autor, diretor e showrunner Mike White conseguiu manter sua obra-prima relevante mesmo após três temporadas. A quarta tem Cingapura como possível locação. Se acontecer, como não é muito longe, poderíamos ter a volta do sensacional Frank de Sam Rockwell?