Baseada na clássica saga de quadrinhos francesa Valerian et Laureline, criada pelos artistas Jean-Claude Mézières e Pierre Christin, o cineasta Luc Besson – depois de muito tentar – finalmente conseguiu desenvolver o seu projeto dos sonhos. Fã da obra desde criança, o diretor utiliza referências do material original para criar uma versão épica e contemporânea da história que tanto o encantou.
Valerian (Dane DeHaan) e Laureline (Cara Delevingne) são agentes especiais do governo dos territórios humanos, responsáveis pela manutenção da ordem em todo o universo. Seguindo as ordens de seu comandante (Clive Owen), Valerian e Laureline embarcam em uma missão para a cidade intergalática Alpha, uma metrópole em constante expansão composta de milhares de espécies diferentes de todos os quatro cantos do universo. Infelizmente, nem todos em Alpha tem os mesmos objetivos. Forças invisíveis estão operando na cidade, colocando a raça humana em grande perigo.
O prólogo de Valerian é espetacular. Ao som de Space Oddity de David Bowie, os primeiros minutos nos colocam diante de criaturas muito bem elaboradas e de um 3D bastante eficiente. Por um momento pode-se achar que estamos diante de um novo Avatar ou Star Wars. Mas a empolgação é passageira, as coisas começam a se complicar à medida que a trama avança.
Autor do roteiro, Besson não consegue elaborar bem a história. Os minutos vão passando e a trama vai se arrastando, ficando confusa e deixando de ser interessante. O filme se alonga por demais e o cansaço fica evidente. Nem o 3D parece mais fazer efeito. O problema no roteiro é tão evidente, que os personagens em alguns momentos da narrativa precisam explicar tudo o que está acontecendo para salvar a trama e tentar deixar os espectadores ainda interessados.
Outro problema da produção está no seu elenco. Besson já revelou talentos como Natalie Portman em O Profissional e Milla Jovovich em O Quinto Elemento, mas ao tentar fazer o mesmo com Cara Delevingne, o resultado é sofrível. Péssima atriz e pouco carismática, Cara não desperta empatia nenhuma, então não existem motivos para torcer por sua personagem. Dane DeHaan se sai um pouco melhor, mas ainda falta maturidade para protagonizar um projeto dessas proporções. Além do mais, o casal não apresenta química alguma juntos.
O destaque fica mesmo por conta de todas as criaturas digitais e pela inusitada presença da cantora Rihanna, que rouba a cena com um momento de dança e consegue injetar um pouco de vida e sensibilidade diante de toda a apatia exibida no filme. Sua personagem Bubble apresenta um arco dramático profundo e consegue salvar o filme por alguns minutos.
Querendo ser relevante na criação de um universo como Star Wars, Besson até tenta encher o filme de referências a saga de George Lucas, mas nada parece funcionar a seu favor. A ficção científica apresentada rende um espetáculo visual que enche os olhos, mas também testa a paciência com uma trama longa que cansa rapidamente o espectador.
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