Vice Principals

Circle, o quinto episódio dessa temporada de Vice Principals, veio só pra concretizar o crescimento e, porque não, amadurecimento da série. Neste, que acredito ser o melhor capítulo dessa primeira leva de episódios da produção da HBO, nos aprofundamos um pouco mais na construção dos personagens – agora, naquele que mais aguardávamos: Lee Russell.

Após os acontecimentos do episódio anterior que só fortaleceram a imagem da Diretora Brown, Neil Gamby e Lee tem uma “DR” devido ao fato de se considerarem incompetentes em seus objetivos: botar fogo na casa da diretora não foi o suficiente, então eles decidem acabar sua “sociedade”, que nesse episódio é tratada como um relacionamento amoroso de maneira deliciosamente engraçada pelo roteiro.

Daí em diante, vemos Lee Russell aparecendo com um novo “parceiro” e Gamby com ciúmes quase incontroláveis. Bem parecido com o que vemos em romances juvenis mesmo, com direito até a cena clássica de “então você está com ele, agora?”.

Walter Goggins, no inspirado papel do vice diretor Lee Russell
Walter Goggins, no inspirado papel do vice diretor Lee Russell

 

Paralelo à isso, mergulhamos na rotina de Russell (Walter Goggins cada vez melhor) , que tem que lidar com um vizinho marombeiro e folgado, que gosta de malhar com o som alto em plena madrugada – o que pra ele não é problema, pois usa tampões no ouvido. Já sua mulher e sua sogra…

E do outro lado, temos Gamby (o sempre muito bom Danny McBride) tendo que lidar com seu impulso por “corrigir” os alunos da escola de maneira impulsiva, sempre coercitiva. Para ajudar a reduzir a quantidade de suspensões e detenções sob sua responsabilidade, a diretora lhe apresenta a ideia de círculos de repeito (daí o nome do episódio), para que ele saiba respeitar as pessoas, entende-las, antes de buscar qualquer punição.

Nesse episódio vemos a dupla principal mais fragilizada, mais humanizada, tendo que lidar com medos, inseguranças, numa tentativa do roteiro de amenizar as figuras pesadas que ambos são. E ele consegue – não dá pra não se solidarizar com a dor da perda de Gamby, que precisa desabafar para um bando de alunas adolescentes sobre o que está sentindo (mais uma vez, uma cena clássica de “tente falar com ele”, retirada de qualquer temporada da Malhação”). E também não tem como não se incomodar e sentir raiva com Gamby contra seu vizinho folgado.

A cada novo episódio, a trama vai se focando mais nos ótimos personagens que tem, o que é ótimo. Continuando nessa toada, o final de temporada ainda nos reserva grandes risadas.

por Alexandre Fernandes

Pai do Yuri Rafael, sou só um cara de meia idade que reclama bastante, mas não ao ponto de perder o bom humor. Nostalgia é meu sobrenome, e sim: gosto muito de cultura pop, filmes, séries, música, animes e mangás, videogames e tudo isso aí que faz um nerd. Mas não sou nerd, eu juro.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *