Não é de hoje que Hollywood se interessa por viagens espaciais. Os mais variados gêneros cinematográficos já orbitaram no espaço. Alienígenas foram fontes para histórias e o mistério do espaço gera a dúvida se a humanidade está ou não sozinha no universo.
O fato é que a vida em outros planetas é algo que sempre rendeu bons filmes no cinema. Misturar suspense e terror tendo uma nave espacial como cenário já funcionou muito bem em Alien, O Oitavo Passageiro, clássico de Ridley Scott que ganha mais um capítulo este ano. Aliás, é justamente em Alien que Vida vai buscar sua maior inspiração.
A trama começa quando um grupo de astronautas na Estação Espacial Internacional resgata uma sonda que carregava valiosas amostras do solo marciano, onde encontram um organismo misterioso que é comprovadamente a primeira evidência de vida fora da Terra. Porém, quando o organismo alienígena começa a evoluir para uma forma hostil e letal, o grupo precisa lutar para mantê-lo em quarentena e impedir qualquer risco de contaminação, assim como evitar uma possível entrada na Terra.
A princípio, o diretor Daniel Espinosa tem uma história promissora nas mãos. Mas o texto da dupla Rhett Reese e Paul Wernick – a mesma de Deadpool – parece não ter a intenção de ir tão longe na originalidade. Vida é um filme que junta os retalhos de referências a outros filmes de terror espaciais para tentar construir um suspense que coloca a audiência numa espiral de tensão, tendo a claustrofóbica estação espacial como o maior aliado para a construção de todo o suspense e terror.
Apesar do roteiro trivial e da trama mastigada, Espinosa – sem um grande filme no currículo até aqui – consegue se sobressair com um trabalho de direção interessante, criando uma climatização acertada que corresponde a tudo o que a plateia espera. O diretor constrói com sua câmera um ambiente sem gravidade muito bem realizado, assim como planos sequências que apresentam bem os personagens e a própria estrutura da estação espacial e da criatura.
A produção ainda conta com uma trilha sonora assustadora e uma fotografia inspirada. Aproveita também o bom elenco de astros – encabeçada pelas estrelas Jake Gyllenhaal, Ryan Reynolds e Rebecca Ferguson – acertando em não transformá-los em heróis descartáveis e não economizando em desfechos inesperados.
Apesar da falta de originalidade, não é um filme para ser descartado. O suspense no espaço envolvendo o desconhecido funciona muito bem e o final ainda consegue surpreender e ser desesperador.
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