Review | Vidas à Deriva

Filmes sobre velejadores e navegantes enfrentando grandes aventuras no mar são bastante comuns e se tornaram uma espécie de vitrine para atores em ascensão ou zona de (des)conforto para atores consagrados.

Só nos últimos anos tivemos No Coração do Mar (2015), dirigido por Ron Howard (Han Solo: Uma História Star Wars) e com Chris Hemsworth tentando provar sua veia dramática fora da Marvel, Submersão (2017), com uma dupla em alta, Alicia Vikander e James McAvoy, dirigidos por Wim Wenders (Paris, Texas), num filme que passou batido em premiações e salas, e Somente o Mar Sabe (2018), lançamento recente também não tão bem recebido, mesmo com Colin Firth e Rachel Weisz estampando o cartaz e com o diretor James Marsh (A Teoria de Tudo) mais uma vez tentando lançar uma atuação oscar-bait.

Imagem relacionada

No caso de Vidas à Deriva, a atriz Shailene Woodley volta aos holofotes do cinema depois de uma boa temporada na série Big Little Lies. Como a franquia Divergente não deu certo, Woodley produz e atua em uma história que tem tudo para agradar ao público menos exigente, que quer apenas ver um romance, sem maiores compromissos.

Woodley é Tami Oldham, uma jovem que viaja o mundo sem destino e evitando estabelecer laços ou raízes nos locais por onde passa. Certo dia, ela conhece o velejador Richard (Sam Caflin de Como Eu Era Antes de Você) e, após dias intensos de paixão, decidem encarar uma jornada que lhes reservará trágicas consequências.

Água com açúcar

Apesar de o diretor Baltasar Kormákur (Evereste) já iniciar a história mostrando Tami entre os destroços de uma embarcação e ir, aos poucos, por meio de flashbacks, mostrando como ela conhecera Richard, é difícil não achar tudo esquemático e clichê demais.

Não que isso seja um problema, mas a falta de conflitos e a previsibilidade dos acontecimentos vão deixando a história açucarada demais. Para quem é fã de Nicholas Sparks pode ser um alento, mas isso faz com que o filme caia numa vala genérica, mesmo se baseando em uma história real.

Imagem relacionada

Por fim, Vidas à Deriva se limita a ser apenas um drama baseado em fatos que já vem com uma fórmula pronta. O diferencial fica para o final mas, para saber o que é, é preciso assistir.

Não sei se vale o ingresso mas, com certeza, tem o seu público.

[wp-review id=”8924″]

Angelo Cordeiro

Paulistano do bairro de Interlagos e fanático por Fórmula 1. Cinéfilo com obsessão por listas e tops, já viram Alta Fidelidade? Exatamente, estilo Rob Gordon. Tem três cães: Johnny, Dee Dee e Joey, qualquer semelhança com os Ramones não é mera coincidência, afinal é amante do bom e velho rock'n'roll. Adora viajar, mas nunca viaja. Adora futebol, mas não joga. Adora Scarlett Johansson, mas ainda não se conhecem. Ainda.

Leia também...

Mais deste Autor!

+ Ainda não há comentários

Add yours