Assim que a Disney assumiu o comando da Pixar, em 2006, a parceria emplacou uma série de animações que fazem sucesso até hoje: Ratatouille, Wall-E, Up – Altas Aventuras e Toy Story 3, inclusive, os quatro filmes foram premiados com o Oscar de Melhor Animação, algo inédito para um mesmo estúdio na categoria, até hoje. Se estes filmes fizeram a Pixar ficar conhecida por suas histórias dramaticamente bem construídas, a Disney tem participação efetiva nisso e também soube se reinventar em suas animações.
Em 2009, os estúdios Disney inovaram ao trazer uma princesa negra protagonista em A Princesa e o Sapo e, em 2016, Moana – Um Mar de Aventuras também teve sua representatividade ao colocar uma princesa de origem polinésia da cultura maori como heroína.
Desta vez, em Viva – A Vida é Uma Festa, a Disney/Pixar explora uma cultura que ainda não havia visitado antes – já visitada pela Fox em Festa no Céu, mas com outra abordagem – e segue em seu caminho de mostrar tradições diferentes.
Dirigido por Lee Unkrich (Toy Story 3), a história se passa durante o Dia dos Mortos, feriado festivo tão conhecido da cultura mexicana. Somos apresentados ao garoto Miguel (voz de Anthony Gonzalez) e sua árvore genealógica, seguindo as tradições do feriado, onde as famílias colocam fotografias de seus antepassados em um altar para que eles sejam lembrados e possam visitar os vivos neste dia. A curiosidade do garoto acerca de uma fotografia rasgada no topo do altar, aliada à rejeição pela música que sua família tem, farão Miguel embarcar em uma grande aventura pelo mundo dos mortos.
Viva – A Vida é Uma Festa foge do comum das animações Pixar não só pelo tema que traz, mas também por inserir diversos números musicais durante a jornada de Miguel, com destaque para “Remember Me”, um belíssimo duo que merece lembrança no Oscar de Canção.
Com personagens extremamente cativantes, como o esqueleto Hector (voz de Gael Garcia Bernal) que acompanha Miguel em sua jornada no mundo dos mortos, Viva – A Vida é Uma Festa pode não se aprofundar nem os desenvolver tanto quanto em Divertidamente, mas consegue emocionar ao explorar o drama de Miguel, que verá a importância da família e daqueles que estão vivos.
Se ao final falta aquela mensagem que estamos acostumados a receber de outras animações da Pixar, Viva – A Vida é Uma Festa, ainda assim, é um excelente filme não só por inovar em sua abordagem, mas também por tratar com carinho e respeito uma cultura à qual não estão habituados.
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