Simony, Tob, Mike e Jairzinho. O quarteto, que fez muito sucesso na década de 1980 como a Turma do Balão Mágico, se reúne 40 anos após o sucesso da música Superfantástico para a série documental A Superfantástica História do Balão, produção nacional e original do Star+.
Da origem familiar à explosão da banda, eles recordam os ginásios lotados, os discos emblemáticos, e como a responsabilidade e o nível de fama alcançados pelo grupo começaram a afetá-los, deixando traumas até os dias de hoje.
“Como toda relação de irmão ou de primo, tem um amor muito grande um pelo outro. É exatamente o que a gente sente vendo os quatro juntos. Eles formaram uma família em um momento muito importante de suas vidas, em um momento crucial em suas histórias como seres humanos. Formou-se ali uma união muito forte”, destaca Tatiana Issa, diretora geral da série.
A série documental aborda temas relevantes, como a exposição pública e o impacto da fama precoce, questões que ressoam nos dias atuais, em um contexto de influenciadores digitais e redes sociais. “Isso nos leva a pensar na exposição exacerbada que temos com a internet nos dias de hoje. Ao longo da edição, pude ver o nascimento de muita coisa atual naquela época e também as consequências que isso trouxe para todos os envolvidos. Inclusive, em um momento do documentário, alguém menciona o Balão Mágico como uma espécie de influenciador digital numa época analógica”, comenta o editor da série, Ricardo Terdiman Lerman, que também foi responsável pela edição de Pacto Brutal: o Assassinato de Daniella Perez, indicada para o Grande Prêmio do Cinema Brasileiro como melhor série documental.
A edição também aproveitou a linguagem do VHS, algo que foi muito marcante na época. Uma ideia que, de acordo com Ricardo, deixou a série com a cara caótica da década. “Usamos referências ligadas ao formato de vídeo, que eram bem comuns para a época, como quando as imagens do aniversário de alguém invadiam uma gravação do programa de culinária que foi gravado na mesma fita. A forma da edição ajudou a contar uma história que ainda tem ressonância afetiva para muita gente”, explica o editor, que revela que fazer esse trabalho foi algo desafiador. “Além da importância do fenômeno musical e televisivo, que por si só já gerava uma expectativa grande do público para o documentário, era importante encontrar uma linguagem que estivesse em sintonia com a década de 80, que também foi muito marcante no Brasil e no mundo”, finaliza Ricardo.
PARTICIPAÇÕES
Personalidades como Lázaro Ramos, Raul Gil, Fábio Jr., Baby do Brasil, Ticiane Pinheiro, Gretchen, Boni, Rita Cadillac são alguns dos famosos que gravaram depoimentos. As participações especiais foram escolhidas por terem conexão direta com o grupo infantil ou com os bastidores da TV e da música dos anos 1980.
“Todos que estão ali falam por uma razão, participam devido a uma importância realmente histórica. E, claro, o público adora, porque são rostos conhecidos, que as pessoas têm ali um carinho especial. Só tem a somar”, afirma a diretora geral da série.
Os cantores Fábio Jr. e Baby do Brasil, por exemplo, gravaram músicas com a Turma do Balão Mágico na época do auge do grupo. Já o apresentador Raul Gil é quem “descobriu” Simony. Já o ator e diretor Lázaro Ramos era muito fã de Jairzinho e vê-lo na TV foi uma motivação para seguir a carreira artística, principalmente por se tratar de uma criança negra no maior canal de televisão do Brasil.
“Quando chegou o Balão Mágico, me levou total. Quando chegou o Jairzinho, me levou total. Eu me via ali naquele lugar. Isso é tão forte que, quando eu conheci o Jair, já adulto e mais velho, eu fiquei nervoso”, afirma Lázaro, em depoimento exibido na série.
E você, viveu os anos 80 e o auge do Balão Mágico? Conta pra gente. Em breve, nossa análise estará por aqui. Cheia de saudosismo e aquele cheiro de naftalina que a gente tanto ama…
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