Review | Jessica Jones (3ª Temporada – Netflix)

A terceira temporada de Jessica Jones encerra a parceria entre Marvel e Netflix, já que a Disney, que controla a primeira, está lançando sua própria plataforma de streaming. Os heróis que formaram o supergrupo Defensores podem voltar? Talvez, mas dificilmente com os atores que os interpretaram na Netflix.

Se Punho de Ferro e, em menor escala, Luke Cage não vão deixar muitas saudades, o mesmo não se pode dizer do Demolidor de Charlie Cox (Stardust, A Teoria de Tudo) – que teve uma excelente terceira temporada – e a Jessica Jones de Kristen Ritter (Breaking Bad, Grandes Olhos) – que encerra sua trajetória de forma digna.

Após uma segunda temporada entediante, encontramos a detetive particular ainda rompida com sua irmão adotiva e única amiga, Trish Walker (Rachael Taylor, de Grey’s Anatomy), que é o fio condutor destes derradeiros episódios. Paralelamente, acompanhamos a advogada Jeri Hogarth (Carrie-Anne Moss, de Matrix e Amnésia) em busca de um amor perdido na juventude como forma de lidar com sua doença degenerativa.

A temporada apresenta ainda um novo metahumano, Erik Gelden (Benjamin Walker, de Abraham Lincoln – O Caçador de Vampiros), e um vilão serial killer, Gregory Sallinger (Jeremy Bobb, de Godless e The Knick), cujo sobrenome certamente é uma referência ao fato de O Apanhador no Campo de Centeio ser o livro favorito de diversos assassinos famosos.

Outros personagens de destaque são Dorothy, a mãe de Trish, interpretada por uma irreconhecível Rebecca De Mornay (sim, crianças, ela já foi sex symbol nos tempos de Negócio Arriscado, A Mão que Balança o Berço e Os Três Mosqueteiros), e o ex-parceiro de Jessica, Malcolm Ducasse (Eka Darvile, de Empire: Fama e Poder), às voltas com dilemas morais por fazer o trabalho sujo de Jeri Hogarth. Uma curiosa participação especial é da atriz Jaimie Numann, que interpreta a irmã de Erik, Brianna, uma prostituta em Nova York que se regenera, praticamente o mesmo papel que fez no badalado The Deuce, só que décadas depois.

Como sempre acontece nos seriados Marvel/Netflix, sempre com 13 episódios, há uma “barriga” a certa altura da história, mas o ritmo é retomado em seguida. Portanto, não esmoreça. O final é algo instigante: será que os showrunners ainda não sabiam do fim da parceria com a Netflix ou apostam que a Disney vai retomar de onde acabou?

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Marcos Kimura http://www.nerdinterior.com.br

Marcos Kimura é jornalista cultural há 25 anos, mas aficionado de filmes e quadrinhos há muito mais tempo. Foi programador do Cineclube Oscarito, em São Paulo, e técnico de Cinema e Histórias em Quadrinhos na Oficina Cultural Oswald de Andrade, da Secretaria de Estado da Cultura.

Programa o Cineclube Indaiatuba, que funciona no Topázio Cinemas do Shopping Jaraguá duas vezes por mês.

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