Review | Mare of Easttown (HBO)

Mare of Easttown é mais uma daquelas produções da HBO com elenco e produção de cinema. A protagonista é a consagrada Kate Winslet, que há 10 anos já havia feito para o canal a elogiada e premiada versão de Mildred Pierce, mesma história que havia dado o Oscar a Joan Crawford em 1946.

Parece até uma espécie de reencontro, já que Guy Pierce (Amnésia) – que, como Kate, ganhou um Emmy por aquele trabalho – também está de volta, como seu interesse romântico.

A estrela de Titanic é Mare Sheehan, que além de investigadora policial de uma cidadezinha em que todo mundo se conhece, é uma heroína por ter feito a cesta que deu ao colégio local sua única glória, um campeonato estadual.

Atualmente, já é avó de um garoto, cujo pai, Kevin, se matou há pouco tempo. A tragédia acabou com seu casamento e ela tem que encarar o próximo matrimônio de seu ex-marido, Frank (David Denman, de Brightburn: Filho das Trevas).

Paralelamente, enquanto uma garota está desaparecida há um ano, outra aparece morta a tiros. A contragosto, ela tem que trabalhar com um detetive enviado pelo condado, Colin Zabel (Evan Peters, o Mercúrio dos X-Men).

Subentendidos 

A dramaturgia é excelente, as atuações consistentes e desenvolvimento da trama policial é bem feita, sem exageros (vide Undoing), mas com os devidos clímax e plot twists. Aliás, esse é um dos aspectos mais positivos do roteiro, que induzem diversos subentendidos que acabam sendo outra coisa. Uma série adulta que trata o espectador como tal.

Kate é muito bem coadjuvada por Jean Smart (que já havia brilhado em Watchmen, da mesma HBO), no papel de sua mãe; e Julianne Nicholson (The Outsider), como Lor, sua melhor amiga. Também se destaca Angourie Rice (Homem-Aranha: Longe de Casa), como a filha de Mare, Siobhan.

Todos os episódios foram dirigidos por Craig Zobel, com passagens por diversas séries aclamadas como Westworld e Leftlovers, mas com apenas um longa no currículo, A Caçada. Um nome a se prestar atenção. O showrunner Brad Ingelsby é estreante em séries, embora tenha feitos vários trabalhos no cinema.

Mais um triunfo da HBO e, para mim, candidatíssimo ao Emmy em diversas categorias.

Marcos Kimura http://www.nerdinterior.com.br

Marcos Kimura é jornalista cultural há 25 anos, mas aficionado de filmes e quadrinhos há muito mais tempo. Foi programador do Cineclube Oscarito, em São Paulo, e técnico de Cinema e Histórias em Quadrinhos na Oficina Cultural Oswald de Andrade, da Secretaria de Estado da Cultura.

Programa o Cineclube Indaiatuba, que funciona no Topázio Cinemas do Shopping Jaraguá duas vezes por mês.

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