Terra da Máfia, série da Paramount+, é daquelas que é muito boa, tem um elenco estelar, mas quase ninguém vê – talvez porque poucos ainda assinam a plataforma de streaming. Uma pena.

Embora Guy Ritchie seja produtor-executivo e diretor de dois episódios, Terra da Máfia é diferente de Magnatas do Crime, série que criou para a Netflix, dando continuidade ao universo do filme que lançara em 2019.

Aqui, o criador e showrunner é Ronan Bennet, que também assina O Dia do Chacal, da Disney+.

Tom Hardy (Mad Max – Estrada da Furia) é Harry da Suza, braço direito da família mafiosa Harrigan, liderada pelo patriarca Conrad (Pierce Brosnan, o penúltimo James Bond) e sua mulher Maeve (Helen Mirren, vencedora do Oscar por A Rainha).

O terceiro no comando da organização criminosa é o segundo filho do casal, Kevin (Paddy Considine, o rei Viserys de A Casa do Dragão), amigo de Harry desde a adolescência.

Os Harrigan vivem uma crise com a ascensão de seus rivais Stevenson, com o chefão Ritchie (Geoff Bell, de Rock’n Rolla) à frente.

Esta disputa ganha força quando o jovem Eddie Harrigan (Aanson Boon, de 1917) – não farei parentescos aqui, assista para descobrir – vai para a balada com o filho de Ritchie.

O que parece uma amizade improvável termina com o filho do arquinimigo dos Harrigan morto e seu corpo encontrado picotado em uma freezer.

Este é o estopim para uma série de eventos que levarão a uma guerra.

Paranoia 

Conrad já viveu dias melhores como chefão do crime: é paranóico, vaidoso, mulherengo, mas respeita as opiniões de Maeve, mesmo que ela seja uma megera insana.

Quando a gente vê Helen Mirren no papel, no começo achamos que ela tem um plano, mas logo percebemos que ela é insana mesmo.

O patriarca anda tem um primogênito, Brendan (Daniel Betts, de Magnatas do Crime), um completo idiota, e uma filha caçula bastarda, Seraphina (Mandeep Dhillon, que fez uma ponta em Star Wars: A Ascensão Skywalker), bela e inteligente, que mantém uma joalheria para lavar o dinheiro da família.

Harry tem que apagar um incêndio atrás do outro com fidelidade canina pelos patrões, ao mesmo tempo que tem que equilibrar as insatisfações de Jan e o distanciamento da filha Gina (Teddie Allen).

Mas a guerra entre os Harrigans e Stevensons acaba sendo deflagrada de forma violenta.

E é na figura de Tom Hardy que a série se concentra. Cabe a ele descobrir caminhos para resolver as pendências dos Harrison, com uma precisão quase cirúrgica – o que não o impede de distribuir uns tiros e sopapos quando necessário.

Aos poucos, conhecemos detalhes de cada família mafiosa e seus pontos fracos – a maioria delas interna.

Outras caras reconhecíveis na série são Joanne Froggatt, de Downton Abbey, como Jan, mulher de Harry; e Lara Pulver, a ardilosa Irene Adler de Sherlock, como Bela, esposa de Kevin e mãe do psicopata adolescente Eddie.

Além, é claro, do ótimo Toby Jones, que os fãs da Marvel conhecem como o Dr. Armin Zola, no papel do ex-comissário da Scotland Yard, Colin Tatterfall.

É tiro, bomba e porrada para todo lado, embrulhada pelas atuações dos icônicos atores, que entregam o que se espera deles. Diversão garantida.

por Marcos Kimura

Marcos Kimura é jornalista cultural há 25 anos, mas aficionado de filmes e quadrinhos há muito mais tempo. Foi programador do Cineclube Oscarito, em São Paulo, e técnico de Cinema e Histórias em Quadrinhos na Oficina Cultural Oswald de Andrade, da Secretaria de Estado da Cultura. Programa o Cineclube Indaiatuba, que funciona no Topázio Cinemas do Shopping Jaraguá duas vezes por mês.

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