Review | The Boys: 4ª Temporada (Prime Video)

Na primeira parte da temporada, parecia um pouco mais do mesmo, com uma nova personagem, Espoleta (Valorie Curry, que esteve em Crepúsculo 4: Parte 2), não sendo tão interessante quanto a garota elétrica nazista ou o capitão américa zoado dos segundo e terceiro ano. Mas se o poder dela é ridículo, como sátira de tantos propagadores de Fake News que grassam lá como cá é muito boa.

Uma série que começou criticando a onda dos super-heróis atualmente dialoga bastante com as mazelas contemporâneas da América, especialmente o crescimento da extrema direita e suas plataformas retrógradas e excludentes.

Como já virou notícia, o último episódio desta quarta temporada teve o título mudado por causa da coincidência do atentado contra Donald Trump na semana passada. Sim, há um atentado presidencial na série, mas isso já está anunciado há muito tempo.

O fato é que esta temporada de The Boys tem dividido o hype com House of The Dragons, deixando, por exemplo, The Acolyte, de Star Wars, no limbo. Isso se deve não apenas aos personagens e intrigas interessantes, mas também pelo sensacionalismo sex and gore das séries do Prime Video e da Max, respectivamente.

A atuação de Anthony Starr como Capitão Pátria nesta temporada merece no mínimo uma indicação para premiações, e é um dos grandes responsáveis pelo programa prender tanto a nossa atenção. Afinal, quem não adora um psicopata?

Arcos

Com o fim se aproximando – a próxima temporada, a quinta, será a última – os arcos começas a se fechar, mas não sem antes um encerramento impactante, como de hábito. E é bom mesmo a série ter um deadline e não se arrastar por anos, como foi o caso de Supernatural, outro produto assinado pelo mesmo showrunner Eric Kripke.

Algumas boas novidades desta season foram a Mana Sábia (Susan Hayward, de Orange is the New Black), a pessoas mais esperta do mundo e, portanto, só consegue fazer sexo com um humano intelectualmente inferior fazendo lobotomia (sensacional); a sequência Ruth e Raquel de Starlight (Erin Moriarty, dando sua melhor atuação na série), que é boa até o quebra-pau final que podia ser melhor; o grilo-falante do mal Jeffrey Dean Morgan, mais um vindo de Supernatural, que vem gerando um boato de que Jared Padaleck – outro Winchester bro – aparecerá mais adiante como um Ryan já adulto.

Para isso, seriam necessárias décadas de salto temporal, e talvez isso não seja tão necessário, já que na cola do episódio vemos que um velho conhecido deve retornar.

Enfim, foi uma temporada com altos e baixos, com alguns arcos meio chatos – como o do Francês (Tomer Capone) expiando sua culpa – mas que de modo geral justifica a manutenção do hype, que agora tem a companhia de Gen V, série derivada que marcou participação na nave-mãe The Boys. Muita expectativa antes do fim.

Marcos Kimura http://www.nerdinterior.com.br

Marcos Kimura é jornalista cultural há 25 anos, mas aficionado de filmes e quadrinhos há muito mais tempo. Foi programador do Cineclube Oscarito, em São Paulo, e técnico de Cinema e Histórias em Quadrinhos na Oficina Cultural Oswald de Andrade, da Secretaria de Estado da Cultura.

Programa o Cineclube Indaiatuba, que funciona no Topázio Cinemas do Shopping Jaraguá duas vezes por mês.

Leia também...

Mais deste Autor!

+ Ainda não há comentários

Add yours