Review | The Umbrella Academy – Temporada 2

Baseada na graphic novel de Gerard Way (da banda My Chemical Romance) e do brasileiro Gabriel Bá, a série da Netflix The Umbrella Academy estreou com grande repercussão no ano passado. Um grupo de crianças com superpoderes é adotada por um bilionário misterioso para combater o mal, mas se tornam adultos disfuncionais que seguem caminho diferentes, até serem novamente reunidos por ocasião da morte do pai adotivo. A trama envolve também uma corporação que é responsável por manter a linha temporal e uma dupla de assassinos a mando dela. O clímax da primeira temporada – SPOILER ALERT – envolve o apocalipse.

A segunda temporada acontece logo depois da trupe se salvar do fim do mundo e ir parar em Dallas, em diversos momentos ao longo de três anos antes do assassinato de John F. Kennedy, em 1963. Isso acaba sendo uma oportunidade para a série introduzir temas políticos, antes ausentes do roteiro.

Allison (Emmy Raver-Lampman), a irmã afrodescendente capaz de comandar as pessoas por sugestão, vai parar no coração do ativismo dos direitos civis dos anos 60. Anya (Ellen Page, indicada ao Oscar por Juno e, obviamente, nome mais forte do elenco) é adotada por uma família após um acidente na aterrissagem, e acaba se apaixonando pela dona de casa Sissy (Marin Ireland, de A Qualquer Custo), levantando uma bandeira da estrela, desde que se assumiu gay.

Klaus (Robert Sheehan, de Tempestade: Planeta em Fúria), o hedonista atormentado pela visão constante dos mortos, acaba virando guru flower power, tendo como sua consciência o irmão-fantasma, Ben (Justin H. Min). Diego (David Castañeda, de Sicario 2: Dia do Soldado), o justiceiro, é internado num manicômio, onde conhece e se relaciona com a maluquinha Lila (Ritu Arya, de Uma Segunda Chance para Amar), e planeja impedir o assassinato de Kennedy a qualquer custo.

Equilíbrio

O fortão Luther (Tom Hopper, o Dickon de Game of Thrones)  desenvolve uma relação filial com o gangster Jack Ruby (John Kapelos, de A Forma da Água), personagem real e de participação enigmática em todo o episódio da morte do presidente. Caberá novamente ao teletransportador Número 5 (Aidan Gallagher) reunir todo mundo e avisar que o apocalipse os acompanhou na viagem no tempo.

A dupla de assassinos insanos é substituída por um trio de suecos implacáveis e a Gestora, interpretada por Kate Walsh (estrela de Private Practice, spin-off de Grey’s Anatomy), assume de vez o papel de grande vilã-manipuladora da trama.

Em relação ao primeiro ano, esta nova temporada ganha ao se conectar ao mundo real, aproveitando para dar mais equilíbrio no tempo para cada personagem ter seu destaque. X-Men da Netflix, como andaram dizendo? Acho que é forçar a barra, mas a série poderia ser a substituta de Stranger Things, que se encaminha para o seu final, como chamariz para a plataforma.

Se tudo depende da audiência, a série deve emplacar logo uma terceira temporada, já que permanece no Top 3 da Netflix desde o início da semana. Mas se o assunto é o nível da produção – que está há anos-luz de distância do horrendo Cursed, por exemplo – o bom elenco e a história interessante tem tudo para agradar o público, mais uma vez.

 

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Marcos Kimura http://www.nerdinterior.com.br

Marcos Kimura é jornalista cultural há 25 anos, mas aficionado de filmes e quadrinhos há muito mais tempo. Foi programador do Cineclube Oscarito, em São Paulo, e técnico de Cinema e Histórias em Quadrinhos na Oficina Cultural Oswald de Andrade, da Secretaria de Estado da Cultura.

Programa o Cineclube Indaiatuba, que funciona no Topázio Cinemas do Shopping Jaraguá duas vezes por mês.

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