A segunda temporada de Wandinha chegou à Netflix dividida em dois volumes, um que estreou dia 8 de agosto e a última, que foi lançada dia 3 de setembro. O Volume 1 teve uma queda de 50% de visualizações em relação à primeira temporada, no longínquo 2022.

Totalmente justificável, porque esses primeiros quatro episódios são bem chatinhos, apesar da participação de Haley Joel Osment (ex-garoto prodígio de O Sexto Sentido e Inteligência Artificial), Thandie Newton (Westworld), Heather Matarazzo (a eterna Lilly Moskovitz de O Diário da Princesa) e Joanna Lumley (da icônica série britânica Absolutamente Fabulosas).

Ficamos nos perguntando que diabos Steve Buscemi (Cães de Aluguel e Borderwalk Empire) e Billie Piper (Doctor Who e Penny Dreadful) estão fazendo na série, mas isso só será respondido no Volume 2.

Também estão de volta Catherine Zeta-Jones, Luiz Guzmán e Issac Ordonez como Mortícia, Gomez e Feioso Addams, com muito mais tempo de tela, e Fred Armisen (Saturday Night Live), em sua ótima caracterização de Tio Chico.

Quem também retorna triunfante é Gwendoline Christie, a eterna Brienne de Tarth (Game of Thrones), como a diretora Larissa Weelms. Ué, mas ela não tinha morrido na primeira temporada? Gente, Wandinha tem a assinatura de Tim Burton, de Os Fantasmas se Divertem.

Ah, sem esquecer a aparição fugaz de Lady Gaga.

Nos primeiros quatro episódios, dá a impressão que Jenna Ortega leva Wandinha no piloto automático, para cumprir o contrato que deve ter muitos dígitos, sendo que ela mesma já se manifestou incomodada com o sucesso da personagem.

Felizmente, isso muda no Volume 2, especialmente no episódio 6, em que ela tem a chance de sair da atuação monocórdia da garota gótica, assim como sua parceira de cena, Emma Myers, a Enid.

A dupla vira um trio com a introdução de menina invisível Agnes, fã stalker de Wandinha, cujo papel Evie Templeton ganhou por conta de seus olhos enormes e expressivos.

No campo dos antagonistas, temos a volta de Cristina Ricci, a Wandinha dos longas, como a vilã Marilyn Thornhill; seu protegido e ex de Wandinha, Tyler (Hunter Doohan, o Muso de Demolidor: Renascido); as chegadas de sua mãe, Françoise (Frances O’Connor, de Inteligência Artificial) e do zumbi tecnológico Slurp/Issac, papel de Owen Painter, de As Pequenas Coisas da Vida.

O galã de A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça e Tropas Estelares, Casper Von Dien, faz uma rápida participáção.

Com três anos entre as duas temporadas, os showrunners Miles Millar, Alfred Gough e Natalie Testa podiam ter caprichado mais no desenvolvimento da história e dos personagens.

A temporada tem seus momentos – especialmente na segunda metade – mas a insistência em manter Tyler na trama, sem falar no design do monstro Hyde ser horroroso, é muito pobre.

Com a quase certeza de uma terceira temporada, tenho a impressão que os produtores estão investindo na relação do boy-lixo-monstro e a protagonista.

É uma tristeza que seja o único produto de sucesso da grife Tim Burton – produtor-executivo e diretor de metade da série –  nos últimos anos.

por Marcos Kimura

Marcos Kimura é jornalista cultural há 25 anos, mas aficionado de filmes e quadrinhos há muito mais tempo. Foi programador do Cineclube Oscarito, em São Paulo, e técnico de Cinema e Histórias em Quadrinhos na Oficina Cultural Oswald de Andrade, da Secretaria de Estado da Cultura. Programa o Cineclube Indaiatuba, que funciona no Topázio Cinemas do Shopping Jaraguá duas vezes por mês.

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