Review | Wandinha, novo fenômeno da Netflix

Tendo estreado há uma semana, no dia 23 de novembro, Wandinha, da Netflix, já virou um fenômeno, catapultando – merecidamente – a atriz Jenna Ortega ao estrelato instantâneo e virando tema de conversa nas mídias sociais e bate-papos presenciais.

Tim Burton empresta sua grife à série, mas ele “apenas” dirige metade dos episódios e assina como produtor-executivo. Na verdade, a diferença entre o que ele conduziu e os que ficaram a cargo de James Marshall (Crônicas de Shannara) e Gandja Monteiro (The Chi) é gritante. O resultado geral é uma mistura de Lar das Crianças Peculiares com Sabrina.

Mas, então, porque o sucesso? Jenna Ortega, que só este ano participou de Pânico e de X – A Marca da Morte, carrega a série nas costas, superando o texto fraco, trama previsível, mas auxiliada pelo start inicial de Burton, de quem é fã declarada.

Na história, depois de reagir ao bullying contra seu irmão Feioso (Issac Ordonez), Wandinha é transferida para a escola onde seus pais se conheceram, a Nunca Mais, que teve como aluno mais famoso Edgard Allan Poe, é claro.

Trata-se de uma espécie de Hogwarts para alunos peculiares como lobisomens, vampiros, sereias e górgonas, entre outros. A diretora é Larissa Weems (Gwendoline Chistie, a eterna Brienne de Game of Thrones), que no passado foi apaixonada por Gomez (Luiz Guzmán, de Narcos) e rival de Morticia (Catherine Zeta-Jones, que não necessita de currículo).

Wandinha ganha como colega de quarto Enid (Emma Myers), uma garota em quase tudo oposta a ela. Lógico que se tornarão bffs. De cara, a garota esquisita e cheia de personalidade recebe as atenções dos bonitões Tyler (Hunter Doohan), filho do xerife da cidade próxima, Jericho; e Xavier (Percy Hynes White, de The Gifted), um colega que tem como poder dar vida a seus desenhos.

Outros personagens importantes são Bianca (Joy Sunday), uma sereia que é ex de Xavier; a terapeuta Valeria (Riki Lindhome, de Entre Facas e Segredos); e a coordenadora Marilyn, personagem de Christina Ricci, a Wandinha de A Família Addams de 1991.

Repleto de easter eggs, como a participação de Mãozinha, do tio Chico (Freddie Armisen) e do estalar de dedos, a série acaba agradando aos fãs dos Addams, de Tim Burton (menos) e maratonistas da Netflix. Mas bem que podiam ter encerrado de uma forma mais original e menos preguiçosa. Tomara que Tim Burton se envolva mais na segunda temporada.

Marcos Kimura http://www.nerdinterior.com.br

Marcos Kimura é jornalista cultural há 25 anos, mas aficionado de filmes e quadrinhos há muito mais tempo. Foi programador do Cineclube Oscarito, em São Paulo, e técnico de Cinema e Histórias em Quadrinhos na Oficina Cultural Oswald de Andrade, da Secretaria de Estado da Cultura.

Programa o Cineclube Indaiatuba, que funciona no Topázio Cinemas do Shopping Jaraguá duas vezes por mês.

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