A Netflix produz e distribui o que o público consome, basta olhar o Top 10 do dia ou a lista dos filmes mais assistidos do catálogo, sendo assim, as produções teens continuarão a ser um dos carros-chefes da gigante do streaming. A Barraca do Beijo 2 é mais uma delas.
Problema nenhum fazer filmes voltados aos adolescentes da atual geração. Como fala mesmo? Eu sou péssimo com esses rótulos de geração x, y ou z – afinal, toda geração merece um coming-of-age pra chamar de seu, o problema é quando uma continuação amassa e joga fora os ensinamentos do filme anterior. E confesso que estou sendo bonzinho, já que A Barraca do Beijo, de 2018, resolve tudo de maneira apressada.
Se no longa anterior Elle (Joey King) era manipulada por vários garotos, principalmente pelo melhor amigo Lee (Joel Courtney), nesta sequência, os papéis se invertem e Elle repete os mesmos excessos dos quais era vítima: ela vive com ciúmes do namorado Noah (Jacob Elordi), agora um estudante de Harvard, onde faz amizade com a bela Chloe (Maisie Richardson-Sellers), e nas palavras de Rachel (Meganne Young), namorada de Lee, vira uma “empata-f**”, por sempre roubar o namorado da garota.
Efervescência
Ok, entendo que a adolescência é uma fase de efervescência de sentimentos, mas se Elle percebia antes, por que agora não? Além disso, personagens secundários são inseridos na trama apenas para criar tais gatilhos na protagonista. Quem é a Chloe? Ainda não sei. E esse tanto de personagens mal desenvolvidos incham a trama e deixam o filme com ainda mais cara de um daqueles seriados juvenis que a Netflix produz aos montes.
A progressão da história é cansativa, não há um norte, a tal barraca do beijo surge apenas ao terceiro ato para dar ao filme seu momento Com Amor, Simon, toda a preparação para um torneio de dança é um porre, e quando a exibição da dupla acontece (ainda faltando meia hora pro filme acabar) não tem destaque algum – saudade dos envolventes Footloose e Dirty Dancing!
Aliás, ao citar esses dois clássicos é possível que suas músicas ressoem em nossas cabeças, e outro grande problema dos dois filmes de A Barraca do Beijo é o mau uso da trilha. Não dá pra marcar uma geração com músicas famosas em versões insípidas. Ao final, o que fica é o medo do que vem por aí em uma terceira e ainda mais desnecessária A Barraca do Beijo, já confirmada. Infelizmente, sou refém do carisma de Joey King.
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