Review | Star Trek Discovery: 3ª Temporada (Netflix)

Star Trek: Discovery terminou sua terceira temporada evocando o espírito otimista e desbravador da Série Original, de forma literal e musical. Isso tem a ver com o momento que vivemos agora, em muitos aspectos parecido com a corrida espacial dos anos 60, quando Gene Roddenberry lançou a Enterprise pela primeira vez ao espaço “para a exploração de novos mundos, para pesquisar novas vidas, novas civilizações, audaciosamente indo onde nenhum homem jamais esteve”.

Após décadas de viagens restritas à órbita da Terra, finalmente a Humanidade voltou a mirar ao espaço exterior, mais especificamente a Marte. Da mesma forma, a nave Discovery, lançada 930 anos no futuro, encontra a Federação dos Planetas lutando para sobreviver e o planeta natal fechado em si mesmo, com medo do caos em que a galáxia se converteu.

Graças a seu traje especial, a protagonista Michael Burnham (Sonequa Marin-Green, vinda de The Walking Dead) chega ao futuro um ano antes de seus companheiros de tripulação. Ela conhece o contrabandista Cleveland Booker (David Ajala, de Supergirl) que a apresenta à nova realidade deste futuro distópico, em que cristais de dilítio (o combustível das naves de dobra espacial) tornaram-se artigo raro.

Ao longo da temporada, Michael e seus amigos tornam-se portadores dos ideais da Federação, mesmo diante do comandante da Frota Estelar, almirante Charles Vance (Oded Fehr, que ficou conhecido em A Múmia), que é pressionado por questões mais práticas de sobrevivência que a manutenção da missão da corporação.

Coadjuvantes

Os coadjuvantes também evoluem de forma interessante, com a fofa Tilly (Mary Wiseman, de Longmire) sendo forçada a ser mais assertiva ao se tornar capitã interina; Saru (Doug Jones, o Andy Serkis de Guillermo De Toro) encontrando um senso de paternidade que não conhecia e Philippa, personagem ótima mas que andava fazendo hora extra, tendo um desfecho digno para uma estrela como Michelle Yeoh (que já foi Bond Girl, e depois de uma ponta em Guardiões da Galáxia Vol. 2 vai ter destaque no Universo Cinematográfico Marvel em Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis). A exceção é Paul Stamets (Anthony Rapp, de Rent), que à certa altura dá um chilique nada condizente a um oficial da Frota Estelar.

Depois de uma primeira temporada divertida, mas ainda tentando definir se seria uma ruptura (Motor de micélios? Waaal…) ou continuidade da franquia; uma segunda que investe em figuras familiares como o capitão Pike e até mesmo em um Spok jovem; a partir desta terceira fornada, Discovery parece ter se decidido pelo caminho que fez da franquia uma referência em ficção-científica, a favorita de 9 entre 10 cientistas da Nasa, ou seja, levar o que a Humanidade tem de melhor na busca pelo conhecimento nas estrelas.

Que ela tenha uma vida longa e próspera!

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Marcos Kimura http://www.nerdinterior.com.br

Marcos Kimura é jornalista cultural há 25 anos, mas aficionado de filmes e quadrinhos há muito mais tempo. Foi programador do Cineclube Oscarito, em São Paulo, e técnico de Cinema e Histórias em Quadrinhos na Oficina Cultural Oswald de Andrade, da Secretaria de Estado da Cultura.

Programa o Cineclube Indaiatuba, que funciona no Topázio Cinemas do Shopping Jaraguá duas vezes por mês.

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