O mais interessante deste pré-indicado da Argentina ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro – escolha no mínimo duvidosa, já que o longa não tem apelo algum para a categoria – é a oportunidade de vermos o astro latino Ricardo Darín estrelando uma produção tipicamente comercial ao lado do filho Chino Darín pela primeira vez na carreira.
Há alguns anos, Darín, o pai, deu uma entrevista explicando os motivos de ter recusado convites para longas norte-americanos. Para ele, não era justo sair de seu país natal, onde “já tomava dois banhos quentes por dia”, para interpretar apenas um traficante latino-americano.
Em A Odisseia dos Tontos, estamos na Argentina de 2001, auge da crise que assolou o país. Uma turma de amigos decide juntar dinheiro para reabrir uma cooperativa agrícola e aquecer os negócios da pequena cidade onde vivem. Mas, assim que fazem o investimento, a economia argentina entra em colapso e eles descobrem que sofreram um golpe do advogado e do gerente do banco. O grupo, então, decide montar um plano para recuperar o dinheiro.
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Adaptação
Baseado no livro La Noche de la Usina, do escritor Eduardo Sacheri, o longa dirigido por Sebastián Borensztein – que já havia trabalhado com Darín em Um Conto Chinês e Kóblic – segue a cartilha dos filmes de assalto norte-americanos, mas sabendo se adaptar bem à situação econômica argentina. Assim, os personagens são motivados não apenas por vingança, mas também por tons de desespero: caso não consigam recuperar o dinheiro, suas vidas não farão mais sentido.
Com boas doses de humor e grande destaque para Ricardo Darín e Luis Brandoni, A Odisseia dos Tontos é uma comédia sobre amizade, acima de tudo. Não é grande coisa dentro do próprio gênero, soando bastante despretensioso em boa parte de sua duração. No entanto, ao menos mostra que Darín não precisa mesmo ir a Hollywood fazer esse tipo de filme. A Argentina lhe cai bem.
Confira o trailer:
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