Com toda a representatividade feminina e a polarização dos debates políticos tão atuantes no cenário mundial, Angry Birds 2: O Filme consegue reunir ambas premissas numa história completamente voltada às crianças.
Três anos após a divertida aventura lúdica que lançou o game para smartphones nos cinemas, agora nas mãos do diretor Thurop Van Orman, os pássaros raivosos e os porcos inventores devem dar trégua à rivalidade histórica e reunir forças numa missão para salvar suas casas de uma ameaça desconhecida. Red (voz de Marcelo Adnet), Chuck (voz de Fábio Porchat), Bomba e Mega Águia recrutam a irmã de Chuck, Silver, e se unem aos porcos Leonard, sua assistente Courtney e o técnico Garry para responderem aos ataques de uma terceira ilha de gelo governada pela garça Zeta.
Cheio das boas intenções ao dar protagonismo e relevância às personagens femininas, o roteiro falha na forma como as apresenta. Zeta é uma vilã frustrada que decide se vingar por rancor de um antigo par romântico que a abandonou. Já Silver, a mais inteligente do grupo de pássaros, só tem seu devido reconhecimento quando Red abre mão das glórias de líder e a coloca nos holofotes.
Apesar dos pesares, a história flui com bastante humor e algumas piadas até politicamente incorretas (claro, para as crianças, nada excessivo), algo que o filme anterior já trabalhava bem. A dublagem está nitidamente melhor, Porchat e Adnet somem nas vozes de Red e Chuck, respectivamente (algo que não acontecia na aventura anterior, onde era possível identificá-los). A trilha – que também já era de destaque no outro filme – volta com bons nomes, de David Bowie a Lionel Richie e, logicamente, passando pela viciante Baby Shark.
No geral, Angry Birds 2: O Filme é eficaz mesmo que resgate a fórmula de antigos rivais que se unem em prol de um bem maior. A intenção é ainda mais digna por servir de exemplo às crianças, mesmo que em alguns momentos os porcos fiquem em segundo plano. Mas para um filme que surgiu de maneira tão abrupta, tanto tempo depois do capítulo anterior – e com o jogo já fora de moda – é possível dizermos que saiu bem melhor que a encomenda.
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