Bem, já estamos em 2024, mas como o filme ainda está em cartaz, resolvi fazer minha ‘estreia’ nas análises deste ano com Aquaman 2: O Reino Perdido, aventura que chega para sepultar, de uma vez por todas, o Universo Estendido iniciado pela DC Comics, sob comando de Zack Snyder, com o lançamento de O Homem de Aço em 2013.
Antes de começar a reclamar, devo dizer: gostei de Aquaman, lançado em 2018. A direção segura e precisa de James Wan (Invocação do Mal) e a escolha inusitada de Jason Momoa (Duna) para o papel de Arthur Curry fizeram do filme um dos mais divertidos daquele ano e comprovaram o potencial do personagem, muitas vezes ignorado nos quadrinhos.
Mesmo com o fracasso de Liga da Justiça (2017), o primeiro Aquaman bateu a marca de um bilhão de dólares e mostrou que o Universo Estendido da DC poderia sobreviver. No entanto, a esperança logo virou decepção (novamente) e aquele universo foi, aos poucos, definhando.
Aquaman 2: O Reino Perdido é o melancólico capítulo final de um sonho que teve (poucos) bons momentos e (incontáveis) capítulos a serem esquecidos. E, infelizmente, a provável despedida de Momoa do papel é uma produção que muitos duvidaram que chegaria às telonas e que comprova a bagunça que se tornou essa fase da DC nos cinemas. Alô, James Gunn, ajuda aqui.
Mais do mesmo
Nada parece original nesta continuação, a começar pelo retorno do vilão Arraia Negra (Yahya Abdul-Mateen II), ainda buscando vingança pela morte do pai. Em sua missão, ele encontra o Tridente Negro para liberar uma força antiga e maligna que, por sua vez, parece Sauron (tudo bem, pode ser coisa da cabeça de um fã de O Senhor dos Anéis).
Enquanto isso, Arthur se divide entre o trono de Atlântida e a vida como pai e marido de Mera (Amber Heard, que muitos apostaram que seria excluída do filme após o imbróglio judicial com Johnny Depp, mas que tem um bom tempo de tela).
Quando o vilão retorna e coloca todos em risco, incluindo seu pai humano, Tom Curry (Temuera Morrison, o eterno Boba Fett) e sua mãe atlante, Atlanna (Nicole Kidman), Arthur terá que libertar seu irmão Orm (Patrick Wilson) da prisão e contar com sua ajuda para impedir o retorno do Reino Perdido.
Mistureba
Para não ser completamente injusto, a interação entre Arthur e Orm rende alguns dos melhores momentos do filme, com muita ação e humor. No entanto, é muito pouco. O Reino Perdido parece muitas vezes um jogo, com diversas fases acontecendo em locais diferentes, com missões variadas. E tudo isso pouco se conecta ou soma à trama do filme.
Ao que tudo indica – uma vez que provavelmente nunca saberemos a verdade – as mudanças no comando da DC Studios e os constantes fracassos de bilheteria (alguém aqui viu The Flash?) levaram os engravatados a exigir mudanças no roteiro, fazendo com que o filme se tornasse uma grande aventura, mas sem se preocupar com repercussões.
Essas mudanças impactam o filme diretamente e é possível até chutar quais foram as cenas refilmadas ou acrescentadas. Em seu clímax, a produção se resolve tão rápida e facilmente que é difícil levar a sério. A pá de cal vem em dois momentos, quando Arthur se dirige ao mundo inteiro e na cena pós-crédito que, pasmem, a DC nem quis guardar para o pós-crédito.
Com efeitos visuais mais pobres que seu antecessor e um roteiro que deve contar com mais riscos e adições que um caderno consegue suportar, Aquaman 2: O Reino Perdido chega ao final trazendo duas sensações ao espectador.
A primeira, é confusão. Assisti ao filme todo tentando gostar dele. Não deu. A segunda, é alívio. Enfim, após uma década, o Snyderverso da DC chega ao fim. Guardemos os bons momentos e torçamos para que James Gunn e Peter Safran, os novos chefões da DC Studios, possam fazer um trabalho melhor.
O que vem por aí? Dá uma conferida:
- Coringa: Folie à Deux – 4 de outubro de 2024, com Joaquin Phoenix e Lady Gaga juntos pelo selo DC Elseworlds
- Superman: Legacy – 10 de julho de 2025, com James Gunn no roteiro e direção
- The Batman Part II – 2 de outubro de 2025, com Robert Pattinson de volta pelo selo DC Elseworlds
- The Brave and the Bold (Os Bravos e Destemidos) – sem data, em história inspirada pela saga de Grant Morrison como roteirista de Batman
- Swamp Thing (O Monstro do Pântano) – sem data
- The Authority (filme) – sem data
- Supergirl: A Mulher do Amanhã – sem data, baseada em HQ escrita por Tom King e ilustrada pela brasileira Bilquis Evely
Algumas séries também foram anunciadas:
- Creature Commandos – sem data
- Paradise Lost – sem data, série se passa em Themyscira antes do nascimento de Diana, a Mulher-Maravilha
- Waller – sem data, série traz Viola Davis de volta ao papel de Amanda Waller
- Lanterns (Série) – sem data, com Hal Jordan e Jon Stewart investigando um mistério em nosso planeta
- Booster Gold – sem data, a série do Gladiador Dourado
- Pacificador: 2ª Temporada – sem data
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