Depois de apostar em live-actions como Alice no País das Maravilhas (2010), Malévola (2014), Cinderela (2015), Mogli – O Menino Lobo (2016) e A Bela e a Fera (2017), a Disney chega em 2019 para consolidar de vez esta nova onda de repaginar clássicos com três filmes: Aladdin (estreia dia 23 de maio), O Rei Leão (18 de julho), além de Dumbo, que chega às salas de todo o Brasil nesta quinta-feira, 28 de março.
Enquanto as animações de Aladdin e O Rei Leão são da década de 90, o desenho do elefante orelhudo foi lançado em 1941, uma época onde a inocência e a magia da Disney emanavam em seus animais protagonistas. Ao realizar este live-action, a Disney encara os dois lados da moeda, ao correr o risco de ‘perder’ esta magia, ou então de alcançar o sucesso, como em Mogli – O Menino Lobo.
Tim Burton assumiu a direção do live-action, voltando a trabalhar com a Disney após Frankenweenie (2012). Parecia uma aposta arriscada mas, ao mesmo tempo, certeira. Dumbo tem uma mensagem de superação que ainda funciona para as plateias de hoje em dia, e as fantasias que Burton se acostumou a entregar ao público poderiam encaixar perfeitamente na fórmula Disney – como deu certo, a meu ver, em Alice no País das Maravilhas.
Em Dumbo, Holt Farrier (Colin Farrell) é uma ex-estrela circense que retorna da guerra e encontra o circo em que trabalhava passando por dificuldades. A mando de Max Medici (Danny DeVito), proprietário do circo, Farrier fica encarregado de cuidar de um elefante recém-nascido, cujas orelhas gigantes fazem dele motivo de piada. No entanto, os filhos de Farrier descobrem que o filhote é capaz de voar.
Enquanto na animação o protagonismo era todo dos animais – lembram-se dos ratinhos amigos de Dumbo e dos corvos que caçoavam dele? – aqui, os humanos têm personalidade e conduzem a trama. O roteirista Ehren Kruger foi muito feliz ao inserir tantos personagens numa história que poderia tranquilamente deixá-los perdidos. Todos são apresentados sem pressa, até mesmo Alan Arkin, interpretando um magnata que investe no circo, rende bons momentos, embora sua participação se resuma a umas três cenas.
Não seria um filme de Tim Burton se não houvesse o lado sombrio e o núcleo vilanesco em destaque. Ele, que já entregou vilões icônicos como Coringa e Pinguim, em Dumbo confia na presença de Michael Keaton vivendo Vandevere, um inescrupuloso homem de negócios que vira sócio de Medici (DeVito), de olho na grana em que Dumbo poderá lhe render ao se apresentar junto de sua trapezista Colette (Eva Green). Além dele, seu capanga Neils (Joseph Gatt) tem uma presença ameaçadora e acaba sendo o grande rival das crianças e de Dumbo no terço final.
Com direção de arte e efeitos impecáveis, Dumbo traz a tradicional mensagem de que é preciso confiar em si mesmo para superar grandes desafios. Os momentos em que Dumbo voa são belamente arquitetados por Burton, sendo a primeira vez uma das cenas mais empolgantes do longa – tenha certeza: se você se emocionar nessa primeira vez, muitas lágrimas ainda irão rolar. Para as gerações atuais, o filme tem sua parcela de importância ao empoderar suas protagonistas. A personagem Millie (Nico Parker, estreando muito bem nos cinemas) a todo instante se vê disposta a ser protagonista de suas escolhas, rendendo uma inesperada homenagem à cientista Marie Curie.
Dumbo faz diversas referências ao clássico, seja com a presença dos ratinhos – embora não sejam relevantes aqui – com a pena que ajuda Dumbo a voar e na cena em que ele vê os elefantes cor-de-rosa. Ao final, será difícil segurar as lágrimas, já que a inocência e a magia da Disney ainda se fazem presentes neste live-action que, facilmente, irá agradar toda a família.
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