Review – Esquadrão Suicida

SUICIDE SQUAD

Foram meses de intensa divulgação, personagens amplamente explorados e muita expectativa. Com astros como Will Smith, Margot Robbie e Jared Leto no elenco, a adaptação dos quadrinhos de Esquadrão Suicida desde o início foi cercada de dúvidas, por se tratar de um projeto que poucos apostariam dentro de um universo cinematográfico recém-criado. Afinal de contas, quem reuniria supervilões para colocá-los como esperança da humanidade em um cenário no qual apenas três grandes foram estabelecidos: Superman, Batman e Mulher-Maravilha?

Pois bem, a DC Comics foi então apontada como visionária e o projeto ganhou a atenção de todos: público, mercado e crítica. Ao final, esta última parcela vem sendo ‘culpada’ por decenautas mais radicais pelo desapontamento registrado. Contudo, apenas dois pontos explicam esta decepção: a falta de ousadia do projeto e a direção mediana de David Ayer.

No filme, Amanda Waller (Viola Davis, sensacional como sempre), reúne um time com os mais perigosos supervilões já encarcerados, fornece a eles o mais poderoso arsenal à disposição do governo e os envia em uma missão para derrotar uma entidade enigmática. No entanto, quando eles percebem que não foram escolhidos apenas para ter sucesso, mas também por sua óbvia culpa quando inevitavelmente falharem, o Esquadrão Suicida resolverá morrer tentando ou decidirá que é cada um por si?

SUICIDE SQUAD

Começando bem

Em seu primeiro ato, Esquadrão Suicida empolga ao revelar a origem de cada personagem, com visual e trilha sonora caprichados. Como não poderia deixar de ser, Pistoleiro (Will Smith) e Arlequina (Margot Robbie) ganham mais destaque. Mas é a cena com Capitão Bumerangue (Jai Courtney) que fará muito nerd vibrar – e não falaremos mais nada sobre. Diablo (Jay Hernandez), Crocodilo (Adewale Akinnuoye-Agbaje), Magia (Cara Delevingne) e Katana (Karen Fukuhara) também marcam presença, assim como o Coronel Rick Flag (Joel Kinnaman, canastrão como em Robocop).

Mas é Amanda Waller que toma conta do espetáculo, desde a sua missão de convencer os poderosos da importância de se criar o Esquadrão, até a difícil tarefa de mantê-los na linha. Equipe formada, missão definida. Tudo parece pronto para a diversão, mas é a partir deste ponto que o filme se perde.

Com vilões sobrenaturais e capangas que não representam perigo real para alguém com capacidades acima da média, Esquadrão Suicida ‘abandona’ a identidade visual do primeiro ato e investe em uma fórmula conhecida, que reúne personagens diferentes, altamente egocêntricos, que encontram uma razão para trabalhar juntos em prol de algo muito maior do que já imaginaram.

Com um roteiro mediano, a aventura se desenvolve sem a mesma empolgação de seus minutos iniciais. Ao final, fica a sensação que poderia ter sido mais – e melhor. O vanguardismo que se esperava de um projeto como este se esvai e fica apenas a sensação de ter assistido um bom filme de ação. Nos dias de hoje, é muito pouco para uma plateia cada vez mais exigente.

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Ha Ha Ha

Antes de terminar, deixei para falar do Coringa. Resumidamente, o hype gerado pelas notícias em torno do personagem foi muito mais interessante que sua interpretação. Leto buscou inspiração na encarnação mais recente do vilão, retratado em Os Novos 52 e na saga Endgame, mas o resultado é um Coringa que pouco impressiona. Para ser sincero, nem mesmo a sinistra risada, marca registrada do maníaco, me assustou.

Muita pompa, pouca substância. Como disse o amigo Marcos Kimura, colaborador do Nerd Interior. “Se este for mesmo o Coringa de Jared Leto, acho que ele não chega em The Batman”.

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