Houve um tempo em que a Marvel Studios era um sonho. Stan Lee que o diga. A força de suas narrativas e personagens fizeram desse sonho, uma realidade. Foi assim que se construiu um dos maiores estúdios da atualidade em Hollywood, que atingiu seu ápice com o épico Vingadores: Ultimato, de 2019. A pergunta então era: o que eles farão depois disso?
A Fase 4 da Marvel Studios mostrou-se uma fase de transição. Personagens importantes haviam partido e outros precisavam tomar esse legado ou se apresentar ao público. O resultado: produtos ‘mornos’ ou que ficaram muito aquém (leia-se Thor: Amor e Trovão) e serviram apenas para introduzir alguns princípios do Multiverso.
Coube então ao diretor Peyton Reed e ao ator Paul Rudd a missão de abrir a Fase 5 e apresentar seu novo algoz em Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania, que chega hoje aos cinemas. Interpretado pelo ótimo Jonathan Majors, a variante de Kang, o Conquistador leva Scott Lang (Rudd), Hope van Dyne (Evangeline Lilly), Hank Pym (Michael Douglas), Janet van Dyne (Michelle Pfeiffer) e Cassie Lang (Kathryn Newton) de volta ao Reino Quântico.
Lá, os protagonistas conhecerão uma série de seres estranhos, todos controlados por Kang, que utiliza de tecnologia avançada para criar uma sociedade utópica, porém completamente controlada por ele. Sua única missão: sair de lá. E é com a chegada de Janet e de Scott que descobrimos suas reais motivações.
Sem dar SPOILERS e citando desafios que estão nos trailers, caberá ao Homem-Formiga salvar sua filha e impedir que Kang tenha sucesso. Quantumania se enrola no desenvolver da trama. O Reino Quântico é um deslumbre e relembra paisagens remotas de Star Wars. Mas como bem lembra o crítico Roberto Sadovski em seu texto, Homem-Formiga: Quantumania mira em Star Wars, mas acerta em Perdidos no Espaço, principalmente ao apostar no núcleo familiar.
O arco de Janet é interessante e revela mais do que ela fez no Reino Quântico nos 30 anos que ficou por lá, se tornando parte culpa e parte solução de tudo que aconteceu ali. Cassie ganha destaque e se torna mais uma integrante deste núcleo jovem da Marvel Studios. Hank Pym e sua genialidade representam parte da solução do que está por vir.
ESTRANHAMENTO
No entanto, causa estranhamento a relação entre Scott e Hope. Distantes, seus poucos momentos de interação são frios e remetem a Vespa a uma posição de coadjuvante em seu próprio filme. O próprio Kang tem pouco tempo para mostrar seu poder – e quando o faz, parece muito além do desafio que enfrenta.
A revolução comandada por Jentorra (Katy O’Brian) e outros seres que tiveram suas vidas destruídas por Kang é até interessante, mas parece facilmente dissolvida pelo vilão. E falando em antagonista, como esquecer de MODOK? Sua presença no filme não é novidade e sua origem foi desvendada até mesmo em entrevistas dadas pelo diretor. Não vamos estragar a ‘surpresa’ aqui, mas preste atenção no desenvolvimento e construção do personagem. Alguém pensou em alívio cômico?
Ao final, Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania é um filme que se mantém preso ao núcleo familiar da família Pym e Lang, mas em um novo cenário. Ainda é pouco, mas serve para introduzir a ameaça de Kang, que promete ser o grande antagonista desta Fase 5 da Marvel Studios.
Prova disso são as duas cenas pós-crédito do filme. Se elas empolgam? Não. Mas oferecem um caminho mais claro do que vem por aí. Ao final, como bem lembrou o amigo Marcos Kimura em uma conversa após a pré-estreia do filme, Quantumania é um filme B que custou milhões – e deve arrecadar tantos outros.
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