Os recentes movimentos nas redes sociais para expor abusos sofridos por mulheres deixam claro que assédios em ambiente empresarial são uma prática que, infelizmente, acontecem frequentemente, principalmente em empresas de nível hierárquico nas quais a mulher está abaixo de um homem.
O longa da diretora israelense Michal Aviad acerta em cheio ao denunciar tal tipo de prática da forma que ela mais acontece: uma mulher desesperada por emprego tem a carreira facilitada em um cargo no qual não tem experiência alguma, com o qual logo se identifica e se mostra capaz de preencher a vaga. Ela vai ganhando “mimos” do chefe, desde elogios a promoções que a seduzem a tal ponto de não conseguir enxergar a real intenção por trás daquilo.
Desde o princípio, as atitudes do chefe Benny (Menashe Noy) se mostram suspeitas para nós espectadores: um segurar de braços ao andar por um terreno irregular pode ser visto como gentileza, mas o pedido de que Orna (Liron Ben-Shlush) vá a uma importante reunião de saia já deixa uma pulga atrás da orelha.
Não demora muito para que o lobo em pele de cordeiro – que autoriza a funcionária a sair mais cedo para cuidar dos filhos – se revele, e Orna ficará sob uma grande pressão psicológica entre a culpa por talvez ter permitido certos avanços e o medo de perder o emprego e o marido, caso decida contar a ele o que tem acontecido.
O melhor da história de Aviad é que, mesmo se passando em uma sociedade tão repressiva e machista como a israelita, seus interesses se limitam ao trio Orna, Benny e o marido Ofer, fazendo de Não Mexa com Ela uma obra propensa a gerar debates acerca do assédio em empresas e nos tornando testemunhas do caso.
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