Review | O Peso do Passado

A comparação é bem aleatória mas, assim como Keira Knightley não convence como uma caçadora de recompensas em Domino – A Caçadora de Recompensas (2005), Nicole Kidman (Aquaman) também não convence como uma detetive linha dura neste O Peso do Passado (Destroyer no original).

O longa conta a história da detetive Erin Bell (Kidman) que se vê obrigada a enfrentar o passado para solucionar um caso de assassinato, porém, essa volta à época em que trabalhava como infiltrada em uma gangue local fará com que Erin se encontre novamente com assuntos mal resolvidos que refletem até os dias atuais em sua vida.

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Roteiro falho 

O roteiro apela para escolhas frágeis e saturadas de qualquer thriller policial que já estamos cansados de ver, desde o esconderijo óbvio do dinheiro, às sequentes falas de que tal personagem é extremamente ameaçador (o que se revela outra coisa na prática), passando também pela falta de melhor desenvolvimento no romance e na relação entre mãe e filha.

Várias das situações que o roteiro encontra para se manter em movimento são, em suma, estúpidas e preguiçosas, mas a que se destaca é a cena em que o personagem de Sebastian Stan (Capitão América 2: O Soldado Invernal), outro agente infiltrado, entra no banco para dar flagrante em um criminoso, uma sequência onde um agente especializado da CIA age como se fosse amador. Indesculpável.

Além disso, são criadas tantas arestas para manter o espectador atento e aflito com as idas e vindas de Erin que o ato final serve para aparar essas pontas de maneira rápida demais e, mesmo a surpresa do final não é digna de pontos.

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Kidman entregue, mas não salva

Ao final, não há muito a destacar no filme em termos técnicos a não ser a entrega de Kidman em um papel que foge do que estamos habituados a vê-la. Embora sua atuação não seja digna de prêmios, ver uma atriz como Kidman se desprender da imagem da mulher linda e, aqui, sendo coberta por uma maquiagem pesada que mais parece torná-la alguém em situação de rua ou uma bêbada do que uma mulher marcada pela vida, acaba sendo, no mínimo, interessante, embora pudesse ter sido mais caprichada.

A diretora Karyn Kusama, que já não havia me agradado em Aeon FluxThe Invitation e Garota Infernal, mantém o baixo nível de sua filmografia.

Talvez seja melhor Kusama voltar aos curtas, o seu segmento em XX supera todos seus longas.

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