Review | Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo

Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo é o novo queridinho da crítica, com reviews rasgando a seda tanto dos “xofens” do Omelete (já estão dando Oscar para o filme) quando da veterana Isabela Boscov. E olha que a dupla de roteiristas e diretores Daniel Scheinert e Dan Kwan – conhecidos como Os Daniels – só tinham um longa no currículo, Um Cadáver para Sobreviver, com outro Daniel, o Radcliffe, no papel título.

Confesso que não compartilho do mesmo entusiasmo, mas reconheço a ousadia e criatividade dos cineastas. A atuação do elenco, encabeçado por Michelle Yeoh, é impecável. A atriz, que já foi bond girl em 007 – O Amanhã Nunca Morre, de 1997, esteve no filme falado em mandarim de maior sucesso mundial (O Tigre e o Dragão, de 2000) e fez parte tanto do MCU (duas vezes, com personagens diferentes, em Guardiões da Galáxia Volume 2 e Shang Chi e a Lenda dos Dez Anéis) quanto da franquia Star Trek (em Discovery), talvez tenha feito o papel de sua vida como Evelyn, a frustrada dona de lavanderia (estereótipo para asiáticos nos EUA) que descobre ser uma heroína do multiverso.

Pausa. Embora muita gente ache que o conceito de universos paralelos tenha surgido como recurso narrativo das histórias em quadrinhos, a verdade é que a teoria vem da Física e da Matemática. Resumindo, cada encruzilhada da vida geraria um novo universo a partir do caminho seguido, seja por uma pessoa ou nação, por exemplo.

Isso é trabalhado de forma muito mais interessante que em Doutor Estranho no Multiverso da Loucura, e é bom frisar que dois dos produtores de Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo são os irmãos Russo, responsáveis pelos dois últimos Vingadores.

No elenco, além de Michelle, estão Stephanie Hsu, a namorada do ex da Maravilhosa Sra. Maisel; o veterano James Hong, durante décadas o asiático de plantão na TV e cinema (memorável em Blade Runner e Os Aventureiros do Bairro Proibido); e Ke Huy Quan, que com dois papéis na adolescência entrou para o imaginário coletivo dos nerds: como o Short Round de Indiana Jones no Templo da Perdição e o Data de Os Goonnies.

Isso sem falar da scream queen Jamie Lee Curtis, estrela da franquia Halloween, como uma implacável auditora do Imposto de Renda, que é uma das inevitabilidades da vida, além da morte.

Embora eu tenha alguns poréns em relação ao filme, recomendo para quem quer ver mais do que o habitual no cinema, um trabalho que expande as possibilidades narrativas e que provavelmente dará um emprego aos Daniels dentro do MCU.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *