A franquia Castlevania atravessou diversas gerações de consoles, sempre trazendo jogos desafiadores e divertidos. Porém, já fazia algum tempo que um jogo da série não era lançado. O último que deu as caras foi Castlevania: Lords of Shadow 2, lançado em 2014.
Em 2017, em parceria com a Netflix, foi lançada uma série em animação de Castlevania, e agora em 2018 estreou a segunda temporada.
Já que Castlevania voltou a ficar em evidência, nada melhor do que um jogo novo não é? Pois foi quase isso… explico: Castlevania Requiem trata-se de uma coletânea, lançada somente para PlayStation 4, que traz os jogos Castlevania: Rondo of Blood (originalmente lançado para PC-Engine em 1993) e Castlevania: Symphony of the Night (originalmente lançado para PlayStation em 1997).
Ambos jogos já tinham sido lançados como bônus desbloqueáveis de Castlevania: Dracula X Chronicles, que saiu para PSP em 2007. Tratava-se um remake de Castlevania Rondo of Blood, com alterações gráficas para transformar o jogo em 2.5D. Tanto o Rondo of Blood original e o Symphony of Night eram quase conversões perfeitas, com alguns adicionais aqui ou ali.
Em Castlevania Requiem, temos exatamente essas versões bônus transportadas para o PlayStation 4.
Rondo of Blood, conforme mencionado, foi lançado em 1993 somente para o PC-Engine (conhecido no Brasil e nos EUA como Turbografx-16) e de forma exclusiva no Japão. Em 1995, a Konami lançou Castlevania: Dracula X para Super Nintendo. Era um remake de Rondo of Blood, com muitas mudanças, que acabaram por fazer um jogo totalmente diferente. Desta forma, com o lançamento de Castlevania: Dracula X Chronicles para PSP em 2007, foi a primeira vez que, de forma oficial, Rondo of Blood apareceu de no Ocidente.
E não é por acaso que ambos jogos são lançados em conjunto nesta coletânea. A história dos dois é interligada. Vou explicar: a batalha final, contra o Drácula, de Rondo of Blood é justamente repetida no início de Symphony of Night.
Rondo of Blood é da época clássica de Castlevania. Tem uma trilha sonora fantástica, bem como gráficos bonitos. Traz um sistema de fases em que é possível encontrar bifurcações, que te levam a fases diferentes com bosses alternativos.
Symphony of Night é o clássico imortalizado no primeiro PlayStation. Foi neste jogo que introduziram mecânicas de RPG à série. Seu personagem evolui tem atributos que podem ser evoluídos através do aumento de level e também com a alteração de equipamentos e armas .
Foi aqui, explorando o castelo de Drácula, que vimos o nascimento do que o mundo gamer passou a chamar de “metroidvania”, um sub-gênero de estilo de jogo. O termo é uma mistura de Metroid com Castlevania, jogos clássicos que marcaram época, e que, com a mescla de suas características em Symphony of Night, trouxe à luz o termo. O que caracteriza um jogo como metroidvania são jogos com grandes mapas interconectados, onde o jogador é livre para explorar, mas que o acesso a alguns locais é limitado por portas trancadas, ou por um obstáculo que exige uma habilidade específica para ser superado, e o jogador só terá acesso à chave, ou vai adquirir a habilidade em momento posterior, tendo que retornar ao local para prosseguir sua jornada.
Os jogos são muito bons, agradarão aos fãs e àqueles que nunca jogaram a série, e que poderão conhecer dois dos melhores jogos da franquia.
O ponto negativo da coletânea reside na sua falta de conteúdo extra. Não há materiais bônus como encontramos em coletâneas lançadas por outras empresas. Podemos citar aquelas lançadas pela Capcom: Street Fighter 30th Anniversary Collection, Mega Man X Legacy Collection 1 & 2, que trazem inúmeros bônus para agradar aos fãs, como ilustrações conceituais, fichas técnicas, fotos de produtos licenciados, jukebox para ouvir a trilha sonora dos jogos, etc.
É algo fácil de se colocar, e que agregaria muito valor ao produto. Este tipo de conteúdo iria satisfazer os fãs mais antigos, e mostrar pra uma nova geração o legado da franquia.
É bom ver que a Konami não se esqueceu de Castlevania. Quem sabe não venham surpresas sobre a franquia em um futuro próximo. Mas fica a esperança de que, caso lancem outras coletâneas, mesmo que de outras franquias, que insiram materiais adicionais agregar ainda mais valor aos jogos clássicos.
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Este review foi produzido com cópia do jogo para PlayStation 4, gentilmente cedida pela assessoria de imprensa da Konami no Brasil.
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