Review | Metro Exodus

A série Metro no mundo dos games surgiu com Metro 2033, lançado em 2010 o game foi baseado em um livro de mesmo título, do escritor russo Dmitriy Glukhovskiy. Não demorou muito, e em 2013 tivemos a sequência Metro: Last Light. Ambos jogos lançados para  PlayStation 3, Xbox 360 e PC. Em 2014 foram lançadas as versões remasterizadas dos games para a atual geração de consoles, sendo acrescentado aos nomes a expressão “Redux”.

Metro Exodus apareceu pela primeira vez, e de forma gloriosa, durante a conferência da Microsoft na E3 2018, com um trailer mostrando gráficos deslumbrantes, e um cenário ao ar livre, contrastando com os habituais cenários fechados dos túneis de metrô dos jogos anteriores.

Eis que em 15 de fevereiro de 2019 o mundo pode ver a evolução da série, com o lançamento do jogo para PlayStation 4, Xbox One e PC (e conta também com versões aprimoradas para os consoles de meio de geração PlayStation 4 Pro e Xbox One X).

Em Metro Exodus temos a continuação dos fatos ocorridos nos dois games anteriores da série. Mas se você nunca jogou nenhum game da série, não se preocupe, a história deste não precisa de maiores conhecimentos dos que já rolou anteriormente.

O principal a se saber é que os games da série se passam numa Rússia pós apocalíptica. Uma guerra nuclear iniciada no ano de 2013 assolou o mundo. Metro conta a história de sobreviventes que se viram obrigados a procurar refúgio nos túneis de metrô.

Sobre a história de Metro Exodus, não falarei muito, pois certos detalhes se revelados poderão estragar a experiência de quem já jogou os games anteriores. Em poucas palavras, podemos dizer que trata-se de um FPS com elementos de survival, desenvolvido pela ucraniana 4A Games e publicado pela Deep Silver.

JOGO BONITO, JOGO FORMOSO!

Atendendo às expectativas criadas  na E3 do ano passado, o game traz gráficos lindíssimos. Ouso dizer que um dos mais bonitos da atual geração. A viagem de Artyom o faz percorrer locais diversificados: desertos, cidades destruídas e até locais em que é possível admirar a beleza da natureza. Da mesma forma, o jogo explora as estações do ano, temos sol, chuva, neve, e ciclos de dia e noite, que transformam a paisagem dos locais.

A questão do ciclo do dia e noite não estão presentes apenas para fazer paisagens diferentes e bonitas no game. Ele serve para que o jogador possa bolar sua conduta perante os inimigos. Durante a noite, os inimigos humanos têm mais dificuldade em te enxergar, de forma que é possível utilizar uma abordagem “stealth” durante este período, porém, o preço que se paga é que mais inimigos mutantes poderão surgir pelo caminho. Fica por sua conta e risco a escolha da estratégia ideal.

JOGABILIDADE

O game traz um sistema com alguns comandos adicionais que podem parecer complexos, mas com o tempo você acaba se acostumando. O sistema consiste em usar os botões LB/L1 e RB/R1 para abrir opções de ações adicionais para seu personagem, além de cada direção do controle digital também ter funções específicas.

Metro Exodus traz ao jogador várias possibilidades de estilo de jogo. É possível passar por quase todo o jogo sem matar nenhum inimigo, usando e abusando do estilo “stealth”. Da mesma forma, é possível dar um de “Rambo” e ir matando todo mundo, mas isso terá consequências tanto na história do jogo, quanto no combate imediato, já que os demais inimigos serão alertados e irão atrás de você. Outro senão de utilizar o estilo “Rambo” é que os recursos em geral são escassos no game, então economizar munição é uma boa ideia.

Por falar em recursos, o jogo tem um sistema de crafting muito bom. Ao explorar os cenários você irá coletar recursos que servirão para criar kits médicos, filtros para sua máscara de ar, e para efetuar manutenção de seus equipamentos.

Sim, seus equipamentos se desgastam ou se danificam com o tempo e com o uso: as armas juntam sujeira em seu mecanismos, diminuindo a cadência e eficiência de seu tiro e até “travando” enquanto tenta atirar; sua máscara de ar sofre pequenas avarias quando você toma porrada, abrindo orifícios que tornam a respiração menos efetiva.

Por fim, é legal destacar o sistema de customização de armas, que é amplo, e altera não apenas o visual delas, mas também seu funcionamento. É possível adaptar a arma exatamente para seu estilo de jogo ou para o tipo de ação específica que você terá que efetuar em determinados momentos.

NARRATIVA

Em Metro Exodus temos um grande foco em narrativa. Cada NPC tem muito conteúdo para compartilhar com Artyom, e não há prompt ou comando para que você descubra isso. É preciso chegar perto deles, aí começarão a falar com seu personagem. Em ambientes mais abertos, explore bem o espaço procurando seus companheiros, eles têm muito a lhe dizer sobre si próprios e sobre o grupo.

Apesar de seus companheiros serem bem “falastrões”, Artyom não fala durante o gameplay. Chega a ser estranho, pois em alguns momentos os outros personagens lhe fazem perguntas diretas, pessoalmente ou pelo rádio, mas a conversa prossegue sem respostas por parte de Artyom.

Alguns jogos têm optado por esse estilo de postura narrativa para seus protagonistas, o quê sinceramente, não me agrada. Artyom só fala durante as telas de loading, onde ele descreve a situação atual, como se estivesse escrevendo em um diário.

Há coletáveis espalhados pelo mundo (documentos e gravações) que ajudam a entender o contexto do que aconteceu e o passado do local.

A abordagem que você escolhe para jogar (“Rambo” ou “ninja”) interfere diretamente no que acontece com membros de seu grupo, e no final do game.

Para aumentar ainda mais a imersão, o game não traz indicações na tela para indicar onde você deve ir. Há um mapa acessível através do toque de um botão, que trará indicações de locais para onde ir. Ao conversar com alguns NPCs, novas marcações surgiram, como missões opcionais.

CONCLUSÃO

A 4A Games não é uma produtora que dispõe de muitos recursos financeiros para injetar no desenvolvimento de seus jogos, mas o trabalho feito em Metro Exodus é surpreendente e digno de elogios. Os poucos bugs com que me deparei não estragaram a experiência imersiva que tive na pele de Artyom, onde passei pelas aflições de explorar territórios desconhecidos, conhecendo  pessoas estranhas, outras más, e alguma boas, encontrando animais que sofreram mutações e se transformaram em monstros, mas, acima de tudo, construí minha trajetória ao lado dos companheiros de minha equipe.

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Este review foi produzido por meio de uma cópia de PlayStation 4 gentilmente cedida pela assessoria de imprensa da Deep Silver no Brasil.

Gustavo Vegas

34 anos, gamer, advogado e funcionário público (não necessariamente nesta ordem), apaixonado por games desde o seu primeiro console, um CCE Top Game VG 9000 (um clone do saudoso Nintendinho).

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