Review | Altered Carbon

Altered Carbon virou o mais novo hype da Netflix, com sua estética cyberpunk que remonta a diversos clássicos do gênero, de Blade Runner a animes nipônicos (não por acaso, o protagonista é meio japa na origem). Baseado no romance de Richard Morgan, a série traz outras referências cinematográficas, como o nome de cada episódio, que são títulos de filmes dos anos 40 e 50, a maioria policiais noir, mas entre os quais alguns clássicos como O Homem Errado, de Alfred Hitchcok, e Nora Inu, ou Cão Danado, de Akira Kurosawa.

A própria postura do protagonista Takeshi Kovacs (Joel Kinnaman, o Robocop de José Padilha) é uma mistura do Deckard de Blade Runner com o Connor McLeod de Highlander. Pena que, no mix, a canastrice de Christopher Lambert tenha prevalecido. Aliás, as atuações fora do prumo no primeiro episódio, tanto de Kinnaman quanto de sua partner, Martha Higareda (Os Reis da Rua) quase me fizeram desistir do seriado. Mas a riqueza daquele universo distópico e o plot policialesco me prenderam até o fim.

Estamos no século 25, quando quem pode, não precisa morrer, tendo sua consciência transferida para um cartucho que pode ser inserido num outro corpo, seja um cadáver de outrem, seja um clone seu. Tudo é uma questão de dinheiro e poder. Os mais ricos e poderosos têm centenas de anos, e por isso são chamados de “matusas” (de Matusalém), e além de contarem com uma reserva de clones, possuem um sistema que faz o backup da consciência wireless de tempos em tempos. Com a tecnologia de transferência de consciência, a humanidade de pode ainda se deslocar no espaço, não como num teletransporte de corpo, mas numa ligação à distância de alma.

Kovacs, no caso, é um rebelde condenado ao encapsulamento eterno, quando subitamente, ganha um alvará de soltura (não posso dizer mais). Isso acontece quando um dos membros da elite, Laurens Bancroft (James Purefoy, de The Following) o convoca para solucionar seu próprio assassinato, no caso, de uma de suas “capas”.

Para fazer o trabalho para o qual foi despertado, Kovacs vai se juntar a Vernon Elliot (Ato Essandoh, de Chicago Medic), um ex-soldado desesperado a restaurar a sanidade da filha, brutalmente assassinada; e a Poe (Chris Conner, de American Crime Story), a inteligência artificial que controla o Hotel The Raven, onde o protagonista se hospeda.

Durante a investigação, Kovacs vai tendo flashbacks de sua vida antes da prisão, como guerrilheiro comandado pela líder Quellcrist Falconer (Renée Elise Goldsberry, de The Good Wife), junto com a irmã Rei (Dichen Lachman, de Agents of S.H.I.E.L.D. e The Last Ship).

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Marcos Kimura http://www.nerdinterior.com.br

Marcos Kimura é jornalista cultural há 25 anos, mas aficionado de filmes e quadrinhos há muito mais tempo. Foi programador do Cineclube Oscarito, em São Paulo, e técnico de Cinema e Histórias em Quadrinhos na Oficina Cultural Oswald de Andrade, da Secretaria de Estado da Cultura.

Programa o Cineclube Indaiatuba, que funciona no Topázio Cinemas do Shopping Jaraguá duas vezes por mês.

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