Review | Homem-Formiga e a Vespa

Mesmo que o primeiro Homem-Formiga não tenha sido um grande sucesso de bilheteria – no Universo Cinematográfico Marvel só arrecadou mais que O Incrível Hulk (2008), Thor (2011) e Capitão América: O Primeiro Vingador (2011) – o estúdio chegou a um ponto onde pode bancar as sequências de personagens importantes para o futuro, mesmo que estes não tenham dado tanto retorno financeiro anteriormente.

Foi assim com Thor que, depois de dois filmes altamente criticados, sofreu uma repaginada em Thor: Ragnarok e, finalmente, parece ter encontrado a fórmula perfeita dentro do Universo Cinematográfico Marvel. Quando lançou o primeiro Homem-Formiga, em 2015, a Marvel já estava finalizando a Fase 2 de seu universo compartilhado. Foi no filme seguinte, Capitão América: Guerra Civil (2016), que o Homem-Formiga se juntou aos demais heróis no embate que abriria a Fase 3.

Os feitos de Scott Lang (Paul Rudd) em Guerra Civil acabaram levando-o à prisão domiciliar – o que foi brevemente discutido em Vingadores: Guerra Infinita – e é em Homem-Formiga e a Vespa que veremos exatamente o que Scott fazia enquanto os Vingadores combatiam Thanos.

Parceria

A relação de Scott com Hope van Dyne (Evangeline Lilly, de Gigantes de Aço) e Hank Pym (Michael Douglas, de Última Viagem a Vegas) não é das melhores desde os eventos em Guerra Civil, porém, após um sonho, Scott se unirá à sua nova parceira, a Vespa, para enfrentar uma ameaça que tenta atrapalhar os planos dos van Dyne.

O diretor Peyton Reed, que também dirigiu o filme anterior, não inventa muito e segue a mesma cartilha de 2015, dando bastante espaço para Paul Rudd brilhar com seu carisma, seja brincando com a filha Cassie (Abby Ryder Fortson), fazendo truques de mágica ou tocando bateria, enquanto recebe visitas de seu colega de trabalho Luis (Michael Peña, de Perdido em Marte) e fiscalizações do detetive Jimmy (Randall Park, de A Entrevista).

Mas o mais importante de Homem-Formiga e a Vespa é a aparição de duas – ou melhor, três – mulheres. A primeira, obviamente, é a Vespa. Evangeline Lilly se mostra bastante à vontade para contracenar ao lado de Paul Rudd, além de ter boas cenas de ação onde pode mostrar do que seu traje é capaz, principalmente quando enfrenta os capangas de Sonny Burch (Walton Goggins, de Maze Runner: A Cura Mortal).

O ponto fraco fica para a outra personagem feminina que surge como uma aparente vilã, a Fantasma (Hannah John-Kamen, de Jogador Número 1). A atriz é fraca, seu desenvolvimento mais confunde do que qualquer outra coisa – foram obrigados a buscar Lawrence Fishburne (Matrix) para “explicar” a história – e suas aparições acabam tirando o foco do que realmente importa: a viagem ao Reino Quântico para o resgate de Janet van Dyne, a primeira Vespa, vivida por Michelle Pfeiffer (Mãe!).

Por perder tempo demais com personagens confusos e que poderiam ser descartados, Homem-Formiga e a Vespa fica numa gangorra de sensações. Enquanto por um lado Paul Rudd e Michael Peña estão afiados no humor, por outro lado as cenas de perseguição tentam achar espaço, principalmente por ter um cenário tão fabuloso quanto as ladeiras de São Francisco.

Falta a Peyton Reed a dosagem certa para ser menos “quero divertir o público da Marvel” e mais “quero deixar o espectador tenso”. Homem-Formiga e a Vespa é entretenimento sem grandes pretensões, apesar da primeira cena pós-créditos ser uma pequena amostra do desespero que vem por aí.

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