A aguardada adaptação do mangá/anime japonês , A Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell (não podiam ter escolhido um título em português menos idiota?) estreou esta semana no Brasil. Scarlett Johnason (a Viúva Negra de Vingadores) é a protagonista Major e o diretor é Rupert Sanders (Branca de Neve e o Caçador).
A história se passa num futuro no qual próteses cibernéticas já são rotineiras, mas a maior empresa do ramo decide ir um passo além e implantar um cérebro humano num corpo inteiramente artificial. O resultado é a Major, que acredita ter sido vítima de um atentado terrorista e por isso se entrega à sua nova tarefa como principal arma da Seção 9, um braço armado do governo.
As imagens da cidade futurista, uma Tóquio que dialoga com a Los Angeles de Blade Runner, são deslumbrantes e algumas sequências são diretamente inspiradas nos diversos animes da franquia original. Também há ecos de Matrix (especialmente no easter egg do gato e no cabeamento cortical) e, principalmente, de Robocop. No elenco, além da protagonista (que já é pós-graduada em filmes de ação), tem a cult Juliette Binoche (A Liberdade é Azul) como a cientista Ouelet, Michael Carmen Pitt (Borderwalk Empire) como o “vilão” Kuze, Pitou Aesbek (A Grande Muralha) como o sidekick da Major, Batou, e Chin Han (Marco Polo) como um dos integrantes da Seção 9. O destaque vai para o grande ‘Beat’ Takeshi Kitano como Aramaki, chefe do esquadrão anti-terrorista. Ele é um dos maiores cineastas japoneses contemporâneos, com obras como Zatoichi, Hanna-Bi e Dolls e também um grande ator, cujo melhor momento no cinema internacional foi com Furyo – Em nome da Honra. Em A Vigilante do Amanhã ele é o único do elenco principal que se dá ao luxo de dizer todas suas falas no japonês nativo e mata a pau.
Se a coisa vai bem no apuro visual e em algumas atuações, para o desenvolvimento da história e direção, nem tanto assim. Pelo menos para mim, o plot twist e a direção são previsíveis e convencionais. Num ano que já teve Logan, Kong – A Ilha da Caveira e Fragmentado, A Vigilante do Amanhã fica lá atrás em termos de empolgação. Ainda pode virar uma franquia? Acho que sim, mas deve depender da recepção dos mercados asiáticos, que andaram incomodados com as adaptações live action de animes feito com atores caucasianos. A diferença, desta vez, é que houve uma grande preocupação com a fidelidade ao original e o capricho nos detalhes muito além do alcance de qualquer orçamento do cinema japonês, responsável por algumas ótimas adaptações de animes, por motivos óbvios.
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