Review | Emoji: O Filme

Depois de produzir os bons Tá Chovendo Hambúrguer (2009), Os Smurfs (2011) e Hotel Transilvânia (2012), que inclusive ganharam sequências, a Sony Pictures Animation travou uma batalha contra a Paramount e a Warner Bros. pelos direitos de produzir o filme dos emojis. Mesmo que, a princípio, a ideia soe estúpida, os emojis são parte da evolução da escrita na internet e, querendo ou não, deixarão seu legado – assim como os emoticons também o fizeram.

O diretor Tony Leondis (Lilo & Stich 2), que também assina como roteirista, talvez tenha cometido alguns deslizes durante o projeto de criação, sendo o principal deles a dificuldade em definir seu público-alvo. E a recepção negativa de Emoji: O Filme evidenciou isso. O filme retrata um elemento contemporâneo, por isso, deveria interessar mais aos adolescentes ou jovens adultos, porém todo seu teor é infantil demais. Para efeito de comparação, A Festa da Salsicha (2016) soube muito bem por quais caminhos seguir.

O filme acompanha o convívio dos emojis dentro de um aplicativo do celular, onde Gene, o emoji do “meh” tem dificuldades para manter sua cara blasé e se expressa demais. Ele vai trabalhar no cubo, um grande centro onde cada emoji tem sua função no aplicativo de mensagens do celular do dono, Alex. Assim que põe tudo a perder já no seu primeiro dia de trabalho, Gene foge do aplicativo junto com Bate-Aqui, um emoji renegado, e se alia a uma emoji hacker para sair de vez dali. Os pais de Gene vão atrás do filho e a líder do cubo, Smiley, coloca seus robôs antivírus à caça daquele que ela diz ser uma anomalia.

Interações

Não se prendendo somente ao mundo dos emojis, mostrando também as interações do jovem Alex no mundo real – ou humano – o filme ganha pontos por retratar alguns momentos que os adolescentes já passaram e ainda passam: sempre com o celular na mão, uma mensagem enviada errada, uma mãe que adiciona no Facebook, um celular que dispara a tocar em momento inapropriado, entre outros.

O filme se perde em tentar ser engraçadinho demais e em agradar ao público infantil com piadas bobas e ingênuas, já que eles não se interessariam pela história. Com isso, o misto de piadas boas e ruins é grande. Mas pelo menos há ótimas sacadas, a melhor delas no aplicativo YouTube.

O filme tem o seu lado propagandista, exibindo a todo instante nomes de aplicativos como Facebook, Spotify, Just Dance, entre outros. Algo que não tem como se criticar, pois são elementos que fazem parte do dia a dia daqueles que utilizam celular.

O filme ainda tem bastante a mostrar, tanto no empoderamento feminino quanto na representatividade, mesmo se tratando de uma animação. Porém, a personagem que traz esse empoderamento tem um final duvidoso e clichê demais, que faz a história perder força.

Talvez o grande número de críticas que o filme venha recebendo desencoraje uma continuação, algo que não se mostra essencial ao analisarmos este primeiro filme, já que sua mensagem não é muito aprofundada e os personagens, mesmo divertidos, não são interessantes.

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