Review | Kong – A Ilha da Caveira

Desde que surgiu nas telas em 1933, King Kong se tornou um dos mais famosos monstros do cinema. Sua história rendeu mais alguns filmes, sendo as versões de 1976 e 2005 – esta uma alegoria dirigida por Peter Jackson – as mais reconhecidas. A nova versão para o cinema vai contra a conhecida história do gorila gigante, assumindo um grande risco.

De olho numa nova franquia, onde os universos de Kong e Godzilla estão ligados, a Warner começa a traçar um enredo para que, futuramente, os dois monstros gigantescos possam se enfrentar. Godzilla já foi renovado em 2014 e agora é a vez de Kong.

Esqueça a tradicional história vista nos filmes anteriores de Kong, esta nova versão não está preocupada em ser fiel à sua origem. O novo filme parece partir do zero e em busca de um material inédito, acaba não obtendo um resultado significativo – ou no mínimo, interessante.

Enquanto as produções anteriores faziam mistério sobre a origem do gorila e desenvolviam bem a história antes da aparição do monstro, criando um acertado clima de suspense, o novo filme não esconde a fera e já nos primeiros minutos a criatura está toda exposta. O roteiro não é inventivo e nem cria arcos que realmente sejam importantes para o desenvolvimento da história.

O filme se apressa em colocar uma porção de cenas fragmentadas que parecem deslocadas e que existem mesmo para explorar os efeitos visuais com várias criaturas e em sequências de ação. Num primeiro momento tudo funciona muito bem, como a deslumbrante sequência envolvendo helicópteros seguida do ataque surpresa de Kong, mas logo o enredo repetido começa a cansar.

O elenco estelar não se justifica. As presenças de Tom Hiddleston e Brie Larson não passam de desculpa para o filme faturar em cima de seus rostos conhecidos. Não existe química entre o casal e o roteiro nem se preocupa em criar um envolvimento amoroso, preferindo apresentar alguns diálogos constrangedores. Um irritante Samuel L. Jackson mais uma vez repete seu papel característico sem agregar nada ao filme, e a confusa participação de John C. Reilly – que deveria funcionar como um alívio cômico – mais incomoda do que agrada.

É verdade que, desde o começo, já se sabia que o filme não recontaria mais uma vez a história que todos conhecem, e não haveria problema algum nisso, se essa nova história fosse realmente boa ou no mesmo nível da anterior. A ausência de elementos conhecidos faz falta. O maior exemplo é não explorar a ligação da mocinha com a fera. São confusas também as intenções de Kong e qual sua real importância para todos os fatos.

O filme capricha na trilha sonora roqueira e nos elementos técnicos, mas vai ficar lembrado mesmo por desperdiçar um personagem tão emblemático que poderia facilmente despertar o interesse das novas plateias.

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