Review – Preacher (1ª Temporada)

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O seriado Preacher estreou pressionado por duas coisas: primeiro, a complexidade do material original, as HQs da Vertigo escritas por Garth Ennis e Steve Dillon; segundo, o fracasso da versão televisiva de Constantine, outra graphic novel do mesmo selo, com temática relacionada.

A verdade é que, entre mortos e feridos, o show garantiu a segunda temporada quando ainda faltava a metade dos dez episódios do primeiro ano. Mesmo com grandes diferenças em relação aos quadrinhos, agradou os fãs e conquistou novos admiradores. Um dos seus méritos está em preservar o clima iconoclasta e sarcástico do original, e também na escalação do elenco, em que o protagonista Dominic Cooper (o Howard Stark de Capitão América e Agent Carter) é o piorzinho.

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Ruth Nega, a Tulipa, já havia roubado a cena em Agents of Shield como Raina, e saiu consagrada do último Festival de Cannes por Loving; mas quem surpreende de fato é o desconhecido Joseph Gilgum (Misfits) no papel do vampiro Cassidy. A série conta ainda com a participação de Jackie Earle Haley, que já foi Rorschach em Watchmen, como o poderoso empresário Odin Quincannon. Entre os personagens emblemáticos das HQs, não faltaram o Cara de Cú (Ian Coletti) e o Santo dos Assassinos (Graham McTavish).

A primeira temporada é uma espécie de prequel do primeiro arco das HQs, Viagem ao Texas. Conhecemos melhor a comunidade de Annville, onde Jesse Custer é pastor da igreja herdada do pai, e para onde Tulipa volta atrás do ex-namorado (o próprio Custer) e Cassidy literalmente aterrissa. A entidade Genesis escapa de sua prisão no Céu e, ao contrário dos quadrinhos, tenta invadir os corpos de outros sacerdotes ao redor do mundo, antes de ser bem sucedida com Custer.

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Os anjos encarregados de vigiá-la, Flore e DeBlanc (Tom Brooke e Anatol Yusef, em caracterizações muito bem resolvidas) chegam ao vilarejo dispostos a tudo para recapturar Genesis antes que os arcanjos, seu superiores, descubram. E o que é Genesis? SPOILER ALERT: é o resultado do acasalamento entre um anjo e uma demônia, que dá a seu portador a Voz de Deus. É esse superpoder que Preacher adquire e tenta usar da melhor maneira que julga durante os dez episódios, quase sempre com resultados nada satisfatórios.

Ao final da temporada, nos encontramos mais ou menos onde a história da Vertigo começa: com o trio de protagonistas num diner e Custer comunicando aos dois parceiros que pretende ir em busca de Deus, sem saber que terá o Santo dos Assassinos em seu encalço. Se não acontecer nenhuma burrada, a segunda temporada promete.

Marcos Kimura http://www.nerdinterior.com.br

Marcos Kimura é jornalista cultural há 25 anos, mas aficionado de filmes e quadrinhos há muito mais tempo. Foi programador do Cineclube Oscarito, em São Paulo, e técnico de Cinema e Histórias em Quadrinhos na Oficina Cultural Oswald de Andrade, da Secretaria de Estado da Cultura.

Programa o Cineclube Indaiatuba, que funciona no Topázio Cinemas do Shopping Jaraguá duas vezes por mês.

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