Não é de todo ruim, tem alguns problemas e talvez o maior deles seja o fato do diretor Rafael Primot saber que sua história é óbvia e batida e esfregar isso na cara do espectador em diálogos que conversam conosco a todo o instante: “meio brega mas eu gostei”, “história meio boba mas foi me ganhando”, “por que a gente assiste se é tão imbecil?”, “assiste como se fosse um clássico do cinema francês”… o problema é que estes poréns nunca chegam, e a gente só assiste por esperar uma reversão de seus clichês.
Os três núcleos desenvolvidos no longa nem sempre funcionam e fica aquela sensação de que faltou algo para justificar esta divisão ou pelo menos a conexão entre elas.
A trama entre a madrasta alcoólatra (Maria Luisa Mendonça) e a enteada que perdera o pai é fraca, o affair entre o entregador que faz tudo por amor (Primot) e a garçonete prestes a se casar (Débora Falabella) não mostra a que veio, sobrando um pouco de nossa atenção apenas para os bons momentos em que Marjorie Estiano está em cena.
Um roteiro mais ajustado onde o link entre esses três núcleos fosse melhor desenvolvido e não funcionasse apenas com o tal Desesperados de Amor (retratado de três formas diferentes: livro, novela e filme) poderia render algo com mais carga.
Ao final, Todo Clichê do Amor resulta em uma série de eventos, situações e conversas onde os clichês nem incomodam tanto, mas sim a forma com que a história parece tentar fugir deles sem sucesso.
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