Quando se pensa em um filme que vai contar a história de cinco amigos que, desde pequenos, brincam uma vez ao ano de pega-pega e que mantêm essa rotina para que nunca envelheçam, logo pensamos em uma coisa muito absurda. Te Peguei! não só é muito maluco, como também segue pelos caminhos do politicamente incorreto, fazendo piada com muita coisa que poucos se arriscariam hoje em dia. No entanto, o roteiro transita muito bem entre o humor negro e a comédia pastelão.
No filme, quatro desses amigos decidem se reunir no fatídico mês de maio para pegar o único ainda invicto na brincadeira: Jerry (Jeremy Renner, de Vingadores: A Era de Ultron). Para tanto, contam com a oportunidade ‘perfeita’: o casamento do amigo.
Mesmo reunindo atores já acostumados com a comédia, como Ed Helms (Se Beber, Não Case!), Jake Johnson (da série New Girl) e Hannibal Buress (Dois Caras Legais), são Jon Hamm (Em Ritmo de Fuga) e Isla Fisher (Animais Noturnos) que roubam a cena, em especial a atriz, a mais maluca de todos ali, que realmente ‘encarna’ o espírito da brincadeira.
O filme se torna uma das melhores diversões do ano justamente pela maneira criativa com que a dupla de roteiristas, Rob McKittrick e Mark Steilen, utiliza a história original – um artigo do Wall Street Journal – para criar estes personagens de forma que funcionem melhor em uma história tão maluca.
Por exemplo, o personagem de Renner tem uma espécie de ultra sensibilidade a movimentos e antevê as tentativas de seus adversários de pegá-lo (imaginem como esse poder seria útil ao Gavião Arqueiro contra Thanos?), com isso, há o uso de câmera lenta e a narração dos pensamentos de todos envolvidos quando Jerry se desvencilha.
Porém, Te Peguei! não é só risadaria, ele tem um lado tocante ao falar de amizade, principalmente no ato final, quando mostra imagens dos verdadeiros amigos brincando e quando o segredo de um deles é revelado. Claro, aí aparece a boa e velha liberdade cinematográfica para que o filme tenha mais apelo junto ao público.
Te Peguei! é daqueles filmes que você deve estar disposto a rir do que não imaginava. Às vezes é apelativo, mas também acerta muitas vezes no humor, principalmente graças ao elenco muito à vontade. Vale a pena ficar até o fim, pois a música Mmm Mmm Mmm Mmm, do Crash Test Dummies, ganha um coro especial nos créditos finais.
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