Review – Game of Thrones S06E10 – The Winds of Winter

ATENÇÃO! O texto abaixo possui spoilers da sexta temporada!

Por Marcos Kimura

A sexta temporada de Game of Thrones chegou ao fim neste domingo, dia 26, após a épica “Batalha dos Bastardos” na semana passada. E se na luta por Winterfel centenas morreram, já no início do décimo episódio diversos personagens importantes viraram cinzas: quase todos os Martel, toda a Fé Militante – incluindo o Alto Pardal – e grande parte da corte de King’s Landing.  Era uma bola cantada pelas incessantes citações do Fogo Vivo, que foi estocado pelo Rei Louco Targaryen embaixo da cidade. Demorou muito, podia ter sido mais curto e dar mais tempo para as viagens de Arya e Varys, que praticamente se teleportaram de um ponto a outro do mundo criado por George R.R. Martin. Anticlimática também a morte de Thommen, que estava na cara que não ia chegar à próxima temporada.

Mas o importante foram as coroações: Cersei como a nova ocupante do Trono de Ferro, Jon Snow como Rei do Norte (salve Lady Lyanna Mormont!) e Daenerys como a líder de uma coalizão que inclui na última hora Dorne e a Casa Martell, as duas últimas buscando vingança contra os Lannister, especialmente, Cersei. A aceitação da morte do último filho pareceu fria, mas é mais um reconhecimento da profecia que ouviu quando adolescente.

Aliás, as vinganças também foram sensacionais. Além de eliminar a fé militante, Cersei prende a Septã Unella e, ao invés de matá-la, a deixa a mercê do Montanha Zumbi para retribuir a humilhação da prisão e da Caminhada da Vergonha. Também Davos vingou-se de Melisandre por ela ter queimado viva a menina Shireen,mas não do jeito que queria, por execução. Ao invés disso, Jon Snow baniu sua salvadora ao exílio. Ela vai encontrar a Irmandade sem Bandeiras? Mas ótimo mesmo foi a vendetta de Arya Stark contra Walder Frey pelo Casamento Vermelho, no qual foram chacinados sua mãe Catelyn e seu irmão Robb. Disfarçada, ela serviu ao velho devasso uma torta feita com a carne de seus filhos e depois cortou sua garganta. Por incrível que pareça, a cena teve inspiração de Shakespeare, que descreveu uma vingança similar em seu “Titus Andronicus”.

Finalmente Bran concluiu sua visão do passado na Torre da Alegria, confirmando o que quase todo fã desconfiava: que Jon Snow é filho de Lyanna Stark e Rhaegar Targaryen. Uu seja, longe de ser um bastardo, ele tem sangue real.

O reaparecimento de Sam passou quase batido num episódio cheio de acontecimentos importantes, mas seu acesso à vasta biblioteca da Cidadela – uma espécie de grande universidade de Westeros – deve ter desdobramentos cruciais nas próximas temporadas.

E o que esperar para 2017? Os Outros não apareceram neste final de temporada como se esperava, mas a luta na Muralha deve ocupar o Norte, com Jon Snow na liderança. E qual será o papel de Mindinho nisso tudo? As caraminholas que plantou na cabeã da Sansa vão frutificar? Bran deve encontrar os irmãos e contar origem de Jon. Isso vai levar o novo Rein do Norte a aspirar o Trono de Ferro? O que parece certo é que Daenerys vai enfrentar a rainha Cersi, que não parece ser páreo paras as forçar que estão cruzando o mar. Mas nada em Game of Thrones é simples assim. De que lado Jamie vai ficar? Ele não parece ter gostada da irmã-amante ter assumido a coroa (e matou o Rei Louco justamente por ele ter ameaçado fazer o que Cersei fez).

Ainda falta também desvendar o papel da Irmandade sem Bandeiras e o Cão, que ressurgiram nesta temporada, na história. Arya vai matar mais quem? O que pode deter os Outros de invadir Westeros caso caia a Muralha, que é mais do que um obstáculo físico, como explicou Tio Benjen. E, fora do set, a saída do Reuni Unido da União Européia ameaçou comprometer o financiamento da produção da séria, se bem que um programa tão bem sucedido – aumento de 148% de audiência nesta 6ª temporada, segundo a HBO – sempre terá quem pague por ele. Mas, enfim, teremos que esperar um ano para ter todas essas respostas.