Review | Vice Principals (1ª Temporada – Episódio 9 – Season Finale)

Eu não conheço mais ninguém que tem acompanhado Vice Principals, e até onde sei, ela não tem grandes números na audiência – nem no Brasil e nem nos EUA. E me deixa um pouco triste saber que, com meio caminho percorrido, agora que a primeira das suas duas temporadas acabou, essa série vai logo entrar num limbo de esquecimento, pois não há qualquer hype sobre a mesma, e não acredito que essa série venha a se tornar cult – a menos que eu esteja errado e, ou a dupla Danny McBride/Jody Hill venha a fazer algo que atinja um sucesso maior no futuro e instigue as pessoas a conhecerem seu passado, ou as pessoas vejam este impactante season finale que vou tratar aqui.

Como vimos no último episódio de Vice Principals, Gamby e Russell decidiram usar de tudo o que ainda tinham em mãos para tirar de vez a já combalida Diretora Brown do cargo máximo do colégio North Jackson – uma filmagem dela em modo fúria após tomar sozinha uma garrafa de gim.

Depois de muito ensaiar e hesitar, finalmente chegou o “fim da linha, vad**” para Belinda, com os dois vice-diretores a chantageando com a filmagem: ou ela pede demissão, ou eles viralizam na web suas peripécias sob efeito do álcool. É claro que em meio a essas ameaças, sobra espaço pra muito non sense, como uma briga entre os três no meio do mato, além de confissões bem estúpidas quanto ao fato de terem sido os dois quem queimaram a casa dela. Mas, mais do que isso, ficou claro: “Por que vocês estão fazendo isso comigo?”, se questiona Brown. Pelo poder. E somos lembrados novamente, de maneira violenta, que nossa dupla de protagonistas não são heróis.

Só restou a ela aceitar, e entregar a vitória nas mãos do dois, que reconquistam o respeito e admiração da filha e o namoro com Amanda, além do respeito perdido da esposa oriental. Gamby e Lee pareciam estar muito bem após terem sido indicados para, juntos, assumirem o cargo de diretores conjuntos do colégio. Foi um sonho construído a base de sangue, suor e lágrimas – que não foram as deles.

 

Lee Russell e Neal Gamby na certeza de seu triunfo sobre a Diretora Melinda Brown

 

Eu preciso dizer que esse último episódio da temporada foi um grande resumo de toda a montanha-russa de emoções que essa primeira temporada de Vice Principals foi: num momento sentimos o desprezo pela forma baixa e covarde como Gamby e especialmente Lee agem para conseguir o que querem; depois, nos sentimos torcendo por esses adoráveis canalhas, mas sempre nos lembrando do quão errado é isso. Então rimos bastante com suas trapalhadas e pretensas tentativas de qualquer coisa; e aí nos sentimos mal novamente por ter torcido por eles. Assim são os personagens bem escritos, bem atuados, bem dirigidos.

Não dá pra não tirar o chapéu pro elenco dessa série, em especial Walter Goggins, o quase psicopata Lee Russell. Danny McBride nos força uma empatia por seu Gamby ser mais um personagem atrapalhado, bonachão e, porque não, mais idiota do que malvado. Mas Russell não tem ética, e sabe disso. E nós sabemos disso. Mas não dá pra não ficar com pena dele levando incontáveis chutes enquanto jogado no chão. É estranho de explicar.

Mas estranha mesma é a sensação que o cliffhanger nos deixa – conhecendo bem o andamento da série, era mais do que óbvio que as coisas não iriam terminar naquele climão emocionante e feliz de reconciliação e redenção, dignos de novela das 20h. Mas não dava pra esperar que fossem terminar DESSE JEITO. Já levamos alguns socos no estômago durante a série, mas aqui…bem… aqui foi mais que um soco…

Se eu puder encerrar essa minha série de resenhas sobre essa bela descoberta que foi a temporada de Vice Principals com um pedido, seria que, de mente aberta, se dessem uma chance de conhecer algo um pouco fora do convencional quando se trata de comédias norte-americanas. As – boas – risadas são segundo plano aqui. O ser humano é o primeiro – e você sabe, não há muito de engraçado na essência humana.

Alexandre Fernandes

Pai do Yuri Rafael, sou só um cara de meia idade que reclama bastante, mas não ao ponto de perder o bom humor. Nostalgia é meu sobrenome, e sim: gosto muito de cultura pop, filmes, séries, música, animes e mangás, videogames e tudo isso aí que faz um nerd. Mas não sou nerd, eu juro.

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