Westworld estreou na HBO com a ambição de ser o novo Game of Thrones e após uma empolgante primeira temporada, parecia que a proposta se cumpriria. O elenco estrelado encabeçado por Evan Rachel Wood (O Lutador), Ed Harris (Pollock), Thandie Newton (Crash: No Limite), Jeffrey Wright (007 – Cassino Royale) e Tessa Thompson (Creed), mais as presenças luxuosas de sir Anthony Hopkins e – para nós – Rodrigo Santoro, contribuíram para o hype em torno da série.
Veio a segunda temporada, e o enredo ficou ainda mais instigante. Mas as linhas temporais cruzadas se multiplicaram, confundindo a cabeça de muita gente, que acabou deixando de acompanhar.
A terceira temporada estreou este ano com a missão de inserir os protagonistas no mundo “real” (ou seja, fora do parque) e recuperar a audiência. Um primeiro episódio cheio de ação, com Dolores (Evan Rachel Wood) agindo em várias partes do mundo, e introduzindo o atormentado Caleb, personagem de Aaron Paul, o Jesse de Breaking Bad, mostrava que os showrunners Jonathan Nolan e Lisa Joy vieram dispostos a dar uma nova dinâmica ao programa.
Ao final do oitavo e último episódio, no entanto, os sentimentos foram mistos. Por um lado, a narrativa em apenas uma linha temporal – com eventuais flashbacks, mas devidamente sinalizados – ajudou os menos atentos a acompanhar a trama. Gastou-se muito em direção de arte para criar o mundo do futuro, efeitos especiais nas cenas de ação e acréscimos importantes no elenco, como Vincent Cassel (O Filme da Minha Vida) como o vilão Serac.
Algorítmicos
Se nas temporadas anteriores, a questão a respeito da inteligência artificial era quando ela deixa de ser instrumento e passa a ser consciente; nesta o foco é como “robôs” algorítmicos controlam a vida dos humanos.
Os problemas vieram de coisas prosaicas como reviravoltas sem sentido, motivações mal explicadas e furos no roteiro. E se você, fã da Marvel, se acostumou com cenas pós-crédito reveladoras, se perder a cena final da terceira temporada, perderá também informações essenciais para o que virá a seguir. Mas fica a dica: é (bem) no final dos créditos.
Um easter egg particular para os brasileiros é a cena de Serac com o presidente brasileiro, cercado por assessores militares. Não bastasse a imagem de banana republic, o governante tupiniquim fala português pior que o do francês Vincent Cassel, que tem residência por aqui. Uma piada involuntária?
Veredito
As expectativas eram altas, especialmente para um produto que tem dois anos entre as temporadas e que se propõem a ocupar o lugar do maior fenômeno televisivo deste século. Por enquanto, elas ainda não se cumpriram. Mas o potencial permanece, graças ao fascinante universo criado pelo casal Nolan-Joy e pelo carisma dos personagens. No entanto, a se confiar no final desta fornada, talvez dois dos principais não retornem.
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