Desde Alice no País das Maravilhas (2010), a Disney tem levado a sério a ideia de adaptar seus clássicos para o live-action, foi assim com Malévola (2014), Cinderela (2015) e Mogli – O Menino Lobo (2016), este último sendo premiado com o Oscar de Melhores Efeitos Visuais. Aproveitando então o sucesso do live-action, que alia nostalgia e tecnologia, e agrada adultos e crianças, a Disney traz de volta uma de suas histórias mais famosas: A Bela e a Fera.
A animação de 1991 fez parte de uma sequência de filmes que trouxe a Disney de volta aos holofotes depois de uma década em que o estúdio não fez muito dinheiro com suas animações, além disso, foi a primeira animação da história a ser indicada ao Oscar de Melhor Filme.
Adaptar então um clássico que fez tanto sucesso no início dos anos 90 e que emociona até hoje parecia ser uma ótima ideia, ainda mais com um elenco de estrelas como Ewan McGregor, Ian McKellen, Emma Thompson e Emma Watson, dirigidos por Bill Condon (Saga Crepúsculo: Amanhecer – Parte 1 e 2). Mas nem só de boas ideias vive o cinema.
Como a animação é bem curta (84 minutos), foram necessárias algumas adaptações no roteiro para tornar o longa mais comercial, novos números musicais foram inseridos na história, porém nenhum deles emociona como deveria. O destaque fica somente para o número de Gaston (Luke Evans, de Drácula – A História Nunca Contada) – a Disney sempre com ótimos números para seus vilões – e Emma Thompson cantando The Beauty and the Beast (será que rola indicação ao Oscar?).
Falando do elenco, Emma Watson infelizmente não convence como Bela, insossa e sem carisma, sequer lembra a Bela da animação. No elenco de apoio o destaque fica para Josh Gad (Pixels – O Filme) que interpreta Le Fou, o personagem gay que gerou polêmica pelo mundo. Se soubessem que ele praticamente salva o filme do marasmo total, engoliriam esse preconceito bobo e curtiriam o filme. Extremamente engraçado, com ótimo timing, nos tira as melhores risadas durante o filme. As demais estrelas do elenco praticamente só emprestam suas vozes, portanto não dá para avaliá-los muito.
A Fera, interpretada por Dan Stevens (Downton Abbey) também merece destaque. Ótimos efeitos trazem veracidade ao monstro, aliás, toda a parte de efeitos e design de produção do filme é digna de elogios, desde a ambientação da aldeia e castelo, figurino, até os utensílios falantes.
Não vou bancar o chato e dizer que o filme é um fracasso total, não é, ele funciona até certo ponto, porém falta a alma de um conto de fadas da Disney e os números musicais que deveriam emocionar sequer nos arrepiam, então o que acaba falando mais alto é o fator nostálgico, pois quem assistiu à animação irá notar as diversas referências durante a projeção. Mas, infelizmente, isso não basta. No final, o saldo é pouco positivo e também frustrante, pois uma história como A Bela e a Fera deveria emocionar muito mais.
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