Review | O Rastro

Internação do Mal, Pânico no SUS e A Paciente Fantasma foram alguns títulos que me vieram à cabeça enquanto assistia O Rastro, na cabine de imprensa promovida pela Lui Cinematográfica no Topázio Cinemas do Polo Shopping Indaiatuba. Trata-se de um raro exemplar de terror made in Brasil, com direção de J.C. Feyer, que antes assinava como João Caetano.

O galã global Rafael Cardoso (da recente novela Sol Nascente) é João, casado com Leila (Leandra Leal, uma das atrizes com melhor currículo no cinema brasileiro, com filmes como A Ostra e o Vento, O Homem que Copiava e O Lobo Atrás da Porta), um médico que virou burocrata da Secretaria de Saúde do Estado do Rio de Janeiro, escalado para desativar o velho Hospital São Tomé, justamente onde fez sua residência.

Seu antigo mentor, Heitor (o veterano Jonas Bloch, de Amarelo Manga), se recusa a aceitar o fim do que considera sua casa e interna uma menina, contrariando as diretivas do governo. João acaba aceitando e vai ver a paciente Julia (Natália Guedes, que trabalhou em E Aí… Comeu?). Durante a transferência dos doentes, feita na calada da noite, um dos médicos é encontrado morto, aparentemente por suicídio. No dia seguinte, ele descobre que Julia desapareceu do sistema, e inicia uma busca pela garota, desencadeando uma série de acontecimentos misteriosos.

No elenco também estão Cláudia Abreu (O Homem do Ano e O que é Isso, Companheiro?) como a médica Olívia; Felipe Camargo (Xingu e Som e Fúria: o Filme), como o secretário da Saúde Ricardo; e a participação especial de Domingos Montagner (morto no ano passado) como o governador Artur Azevedo. Prestando atenção, os mais velhos vão lembrar de Sura Berditchevsky, que era gatinha nos tempos de Dancin’ Days e hoje em dia… well, o tempo é cruel.

Parafraseando Manuel Bandeira, O Rastro é um filme que poderia ter sido e não foi. O pano de fundo de crise na saúde e falência do Estado do Rio de Janeiro é familiar para o público brasileiro e era bem promissor, o elenco é tarimbado e conhecido e a direção de arte é cuidadosa. Mas, para variar, há falhas gritantes na elaboração do roteiro e montagem, que quebram o ritmo e impedem que o espectador se conecte com a trama.

O diretor, estreante em longas, se preocupa com enquadramentos exóticos e efeitos visuais ao invés de desenvolver os personagens e a história. Rafael Cardoso até que se empenha como fio condutor da história, mas tanto Leandra Leal quanto Cláudia Abreu são subaproveitadas.

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Confira um trailer do filme:

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