Review | Bohemian Rhapsody

A primeira pergunta a responder é: Bohemian Rhapsody é Queen? A resposta é NÃO: trata-se de um Queen Cover. E, pior, um Queen Cover Oficial.

Esse “oficial” fez com que roteiro e produção fossem acompanhados pelos remanescentes da banda, que, cientes de que a alma do Queen era Freddie Mercury (Rami Malek, de Mr. Robot), centraram a história nele, mas tomando cuidado para que conflitos e excessos do front man fossem higienizados, possivelmente para manter o filme na categoria livre.

Mas se Brian May (Gwilym Lee, igualzinho ao guitarrista), Roger Taylor (Ben Hardy, o Anjo de X-Men: Apocalypse) e John Deacon (Joseph Mazzelo, que fez Jurassic Park quando criança) são mostrados apenas como músicos, quase sem referências às suas vidas pessoais (fora algumas alusões ao donjuanismo de Taylor), as contribuições mais importantes de cada um tem seu momento de destaque, como ao afirmar que “o Queen não era só Fred Mercury”.

Malek se entrega ao papel, mas acaba sendo prejudicado pela estatura (é visivelmente menor que o original, o que faz diferença na presença de palco) e pela direção conturbada de Brian Singer, que acabou sendo demitido antes do final das filmagens por desavenças com seu protagonista. Nas cenas de show ou de criações dos clássicos, a música faz mais da metade do trabalho, e nas sequencias de sua vida pessoal, seu Fred tem pouco a dizer, ainda mais com aquela prótese dentária.

Trajetória

Outra questão que salta aos olhos de quem acompanhou a trajetória da banda, são as mudanças cronológicas para elevar o efeito dramático. Para nós, brasileiros, chega a ser insultante ver o Rock in Rio acontecendo durante os anos 70, quando na verdade foi no mesmo ano do Live Aid (clímax dramático do filme): 1985. Também a história da separação da banda é totalmente inventada, foi em outra época, durou bem menos do que é mostrado e foi uma decisão em comum, após o fracasso do disco Hot Space, de 1982.

Mas, com canções como a que dá título ao filme, We Will Rock You, Another One Bites the Dust e We Are the Champions, é lógico que o público vibra e se emociona. Afinal, qualquer cantor de banheiro levanta a plateia quando berra Mamma Mia Let Me Go no karaokê. Não seria menos para um Freddie Mercury impersonificado em tela grande em HD e som Dolby.

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