Review | Maligno (HBO Max)

Depois de uma rápida passagem pelos cinemas, chegou ao HBO Max Maligno, de James Wan, o cineasta que saiu do terror de pequeno orçamento (Jogos Vorazes, Invocação do Mal) para os blockbusters como Velozes & Furiosos e Aquaman.

Maligno é mais um exercício sobre a sintaxe do cinema de terror do que uma obra que se enquadre, de fato, no gênero. É preciso ter isso em mente para comprar a ideia, especialmente o plot twist.

Em um prólogo passado trinta anos antes, vemos que um paciente causou um massacre numa clínica psiquiátrica experimental, e que termina com a cirurgiã-chefe dizendo que era preciso extrair o câncer. Salto para os dias atuais e vemos a enfermeira Madison (Anabella Wallis, que trabalhou com Wan em Anabelle), grávida, chegar em casa exausta e ainda ser agredida pelo marido Derek (Jake Abel, de Supernatural).

Ferida, ela se deita e vê algo surgir na casa e matar o agressor. Os detetives Kekoa (George Young, autor e astro do independente Home), um galã cheio de amor pra dar, e Regina (Michole Brina White, de Black Mafia Family), uma mulher durona e casca grossa, chegam para investigar o crime, enquanto Madison está internada e amparada pela irmã Sidney (Madie Hasson, da série Twisted: A Hora da Verdade), uma aspirante a atriz.

Os crimes brutais continuam, dessa vez vitimando pessoas envolvidas com a clínica da abertura, e sempre visualizados por Madison, seja lá onde ela esteja. Obviamente ela se torna a principal suspeita, apesar que Kekoa resista, muito em função do crush na irmã bonitinha.

Aliás, as atuações forçadas e quase caricatas remetem aos slasher movies dos anos 90, mais como referência do que sátira (como faz, por exemplo, a franquia Pânico). Aliás, se os filmes de Wes Craven desconstroem e ainda assim assustam, aqui não é essa a intenção, e por isso desconcerta o espectador. A intenção de Wan é tentar algo novo e fora da casinha.

Ao contrário dos filmes de assassinos imortais iniciados por Halloween que se caracterizavam pelo baixo orçamento e efeitos toscos, aqui não há economia em matéria e câmera, cenografia e CGI. E ação com efeitos práticos.

Não espere um típico filme de terror: Maligno é uma experimentação de um autor criativo e estabelecido no alto de seu prestígio na indústria. Ou você embarca na proposta ou cai fora do barco.

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